UERGS volta a sofrer com falta de professores

Mais uma vez, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) sofre com a não-nomeação e a falta de concurso público de professores. Depois de não ter realizado vestibular em 2007, a reitoria da UERGS abriu as inscrições de concurso em 2008 para a

Em reunião realizada com a Associação dos Docentes da UERGS (UERGS) nesta sexta-feira (21), o pró-reitor de Ensino, Eloy Garcia, afirmou aos profissionais que as poucas vagas oferecidas aos estudantes se devem ao limite imposto pelo governo estadual. Já a Secretaria de Educação informou que o pedido de nomeações de novos professores não chegou a tempo, o que impediu a contratação de mais profissionais e a ampliação de novas vagas.


 


Justificativa que para o coordenador da ADUERGS, Marcelo Christoff, soa mais como falta de vontade política do governo estadual. “A questão burocrática é o que eles levantam, mas na verdade está faltando vontade política. A governadora disse que as prioridades na UERGS são as pedagogias. Todos nós concordamos que faltam professores. Mas o governo não pode descartar a área tecnológica, ainda mais considerando que todos os perfis das engenharias são únicos. A UERGS foi criada para justamente propondo cursos que não existiam no Estado. E é um bom campo de trabalho. Todos que estão finalizando os cursos estão sendo aproveitados em suas regiões”, afirma.


 


Atualmente, 230 das 300 vagas de professores da UERGS estão ocupadas. Destas, apenas 80 são de professores permanentes, que já são concursados e podem ser contratados. Os outros 150 são temporários e deverão ser demitidos até o próximo dia 30 de Abril, prazo dado pelo Ministério Público para que o governo realize concurso público e nomeie professores, regularizando a situação dos profissionais.


 


A situação de precariedade de profissionais se reflete no ensino e na organização da universidade. Alguns cursos estão há quase três anos sem realizar vestibular, como o de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, em Santana do Livramento. Nos bons tempos da UERGS, afirma Marcelo, a instituição chegou a ter quase cinco mil estudantes em 2004. Atualmente, está em cerca de 1,5 mil estudantes.


 


O sindicalista, que leciona no campus da UERGS em Bento Gonçalves, arrisca que a falta de interesse na realização de vestibular seja uma forma de barganha política para as eleições municipais de 2008. “São hipóteses, mas porque são criadas? Por que o governo resolve frear um processo natural, todo ano ter concurso vestibular. É o que se espera de uma universidade. Aí tem um outro complicante para o governo. Caso o quadro docente da universidade seja completado, está decidido em lei que haverá eleição para reitor. Isso significa uma autonomia que nenhuma fundação ou órgão do Estado tem. Todas as direções são nomeadas. Atualmente o reitor é nomeado. É impossível não pensar que a postergação da contratação dos professores também tenha a ver com essa maior autonomia”, diz.



Agência Chasque