Proposta de reajuste dos jornalistas deve ser revista por sindicato patronal
Na última segunda-feira (07/01), durante a comemoração dos 80 anos do jornal O POVO, o presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Ceará, André Azevedo, comprometeu-se a reavaliar a proposta de reajuste salarial de 5,3% ofe
Publicado 10/01/2008 12:27 | Editado 04/03/2020 16:36
O compromisso do presidente de consultar as diretorias do Diário do Nordeste e do O Povo para uma avaliação conjunta da contraproposta de 6,5% de reajuste, feita pelo Sindjorce no dia 21 de dezembro de 2007, foi firmado com a presidente do sindicato laboral, Déborah Lima, após a solenidade de posse do novo ombudsman do O Povo, Paulo Verlaine, e do Conselho Consultivo de Leitores do jornal. André Azevedo é diretor de Operação do O Povo.
“Os jornais oferecem 5,3% de reajuste e os jornalistas reivindicam 6,5%. Acreditamos que entre o percentual oferecido e o reivindicado é possível se encontrar um consenso”, disse Déborah Lima a André Azevedo. O presidente do sindicato patronal não definiu um prazo para responder ao Sindjorce, mas assegurou entrar em contato com a presidente logo que haja uma definição por parte dos jornais.
A campanha salarial dos jornalistas de impresso do Ceará, com data-base em setembro, se arrasta há quatro meses. A comissão de negociação do Sindjorce atribui a demora em alcançar um acordo à inabilidade dos prepostos que representam os patrões na mesa de negociação. “Esta é a campanha salarial mais longa dos últimos quatro anos, mas acreditamos que a interferência do presidente do sindicato patronal nas negociações possibilitará um entendimento em breve”, avalia Déborah Lima.
Após a solenidade de aniversário do jornal O Povo, dirigentes do Sindjorce distribuíram para os jornalistas e convidados, entre eles o governador em exercício Francisco Pinheiro, a senadora Patrícia Saboya e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Fernando Ximenes, a nota “Que o clima de comemoração estenda-se aos jornalistas”. Nela o Sindjorce estima que, no clima de festa vivido pelo jornal O Povo, também haja um espaço de reflexão sobre a situação financeira dos jornalistas que fizeram e fazem do jornal orgulho e exemplo “de compromisso com a verdade, com a ética e com a melhor notícia”.
Leia abaixo a nota na íntegra.
QUE O CLIMA DE COMEMORAÇÃO ESTENDA-SE AOS JORNALISTAS
No dia em que o jornal mais tradicional do Ceará completa 80 anos, os jornalistas do Estado não têm o que comemorar. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) tenta há quatro meses fechar um acordo com O POVO e com o Diário do Nordeste que garanta um reajuste digno à categoria.
“Reformulamos os conceitos de jornalismo, criamos uma linda família e fizemos do nosso trabalho um ato de prazer”, diz com orgulho a empresa no convite em que anuncia o ato ecumênico em homenagem ao aniversário. Quem pretende continuar transformando conceitos, convivendo bem com a “família” e proporcionando o exercício da atividade jornalística com prazer tem de valorizar mais os profissionais. Hoje, o piso dos jornalistas de impresso é de R$ 1.090,83, o equivalente a apenas 2,86 salários mínimos.
Em um cenário de número de páginas crescente e, conseqüentemente, de um volume maior de anúncios e de lucros, os jornalistas do O POVO e do Diário do Nordeste reivindicam um piso salarial de R$ 1.161,73, o que representa um índice de apenas 1,58% de ganho real.
A proposta de reajuste feita pelos jornais está aquém da média conseguida pela maioria das categorias profissionais cujas campanhas salariais são acompanhadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O último índice apresentado por um preposto do sindicato patronal – que é presidido pelo Diretor de Operações do jornal O POVO, André Azevedo – ficou em apenas 5,3%.
Aguardando uma resposta ao pedido de reunião conciliatória, encaminhado no dia 20 de dezembro de 2007 a André Azevedo, o Sindjorce estima que, no clima de festa vivido hoje pela empresa, também haja um espaço de reflexão sobre a situação financeira dos “colaboradores” que fizeram e fazem desse jornal orgulho e exemplo “de compromisso com a verdade, com a ética e com a melhor notícia” que se consolida há oito décadas.
Fonte: Sindjorce