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Itália: Prodi poderá renunciar ainda nesta semana

O chefe de governo italiano, Romano Prodi, poderá renunciar antes de se submeter, na quinta-feira, ao voto de confiança do Senado, onde a sua derrota é praticamente certa após o governo perder o apoio da maioria dos parlamentares, afirmaram as agências

“De acordo com fontes governamentais, o presidente Giorgio Napolitano teria sugerido que Prodi refletisse sobre a possibilidade de não se apresentar ao voto de confiança do Senado”, afirmaram as duas agências.


 


A Câmara dos Deputados deu o voto de confiança ao mandatário nesta quarta-feira por 326 votos a favor contra 275 contra, o que já era esperado por especialistas.


 


O resultado favorável na Câmara de Deputados não surpreendeu os italianos já que Prodi dispõe de uma cômoda maioria.


 


Os 14 deputados do pequeno partido de centro Udeur, que retirou seu apoio ao governo de centro-esquerda após a renúncia do ex-ministro de Justiça Clemente Mastella, investigado pela justiça por abuso de poder, não participaram da votação.


 


Por sua vez, a votação no Senado, prevista para a quinta-feira, poderá determinar a queda do frágil governo de centro-esquerda liderado por Prodi, já que perdeu o apoio do pequeno partido Udeur, do ex-ministro da Justiça Clemente Mastella, investigado por corrupção. A Itália adota o regime parlamentarista e o chefe do governo necessita do apoio dos ramos do Parlamento, em caso contrário deve renunciar.


 


A incerteza política que atinge a Itália se deve ao fato de o Executivo não ter os votos necessários nem o apoio dos senadores vitalícios, designados pelo presidente da República e não por voto popular, para obter a maioria no Senado.


 


Segundo o jornal La Repubblica (esquerda), o 'Professor', como Prodi é chamado, estava disposto a batalhar no Senado, já que calculava que dois dos três senadores da Udeur iriam dar seu apoio, o que parece ser pouco provável agora.


 


A renúncia de Prodi provocaria provavelmente eleições antecipadas. Segundo o diário La Stampa, “a esquerda está aterrorizada diante da possibilidade de que se convoquem essas eleições”.


 


As pesquisas indicam uma vitória indiscutível da direita por 10 a 12 pontos, com 56% a 54% dos votos contra 44/45%, o que poderia indicar o regresso ao poder do líder da oposição, o magnata das comunicações Silvio Berlusconi, que foi primeiro-ministro por cinco anos (2001-2006).


 



Fonte: AFP