Lula cobra integração política e diálogo entre ministros
O tema central da primeira reunião ministerial do ano de 2008 são as relações do governo com o Congresso Nacional e como fortalecer os canais de diálogo com os partidos políticos. O encontro aconteceu, nesta quarta-feira (23), no Palácio do Planalto. O
Publicado 23/01/2008 16:00
Na reunião, que começou às 9h20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu que todos terão que fazer sacrifícios. O presidente lembrou que o orçamento deste ano conta com R$ 40 bilhões a menos pela perda dos recursos da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) – que deixou de ser cobrada no fim de 2007.
O presidente manifestou o desejo de discutir um pouco mais de política do que assuntos administrativos, na reunião de hoje, e acima de tudo ouvir mais os ministros do que falar.
Para tanto, pediu ao ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, que destacasse em sua exposição o que deve mudar na relação política do Executivo com o Legislativo. ''Depois eu vou falar um pouco, menos do que habitualmente falo, para que a gente possa então fazer um debate. Um debate político em que eu quero ouvir o que as pessoas têm a dizer''.
''Penso que entre vocês existe pouca conversa política. Eu diria que há meses e meses que vocês não conversam entre si, que não trocam idéias'', afirmou Lula na abertura do encontro, em discurso divulgado pelo Palácio do Planalto.
''Certamente as pessoas conhecem menos do que deveriam conhecer das coisas que o governo faz porque o sistema de informação e comunicação entre nós talvez não seja o mais perfeito ainda'', acrescentou Lula, destacando que ''a política é o centro da atividade de um governo''.
''Afinal de contas, aqui tem representantes de vários partidos políticos, estamos no governo e precisamos saber combinar essa nossa atuação na relação com todos os outros ministros porque nós temos três anos de governo pela frente'', disse Lula.
Dois temas foram descartados na reunião de hoje: economia no Brasil e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que já foi bastante divulgado, nesta terça-feira (22), pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Eleições 2008
A primeira reunião ministerial do ano também serviu de palco para que o presidente Lula advertisse a base aliada sobre como será sua posição durante as eleições municipais, que serão realizadas em outubro. Só irá aos municípios onde os partidos da base aliada não forem adversários, segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.
“O presidente participará apenas nas cidades onde toda a nossa base, as nossas forças que compõem a coalizão estiverem unidas. Não havendo, respeitará as questões locais, os problemas de cada estado e de cada município”, disse Múcio, escolhido para relatar a reunião ministerial aos jornalistas.
Sobre qual deverá ser a posição dos ministros durante o período eleitoral, Múcio disse que o assunto será discutido posteriormente.
Banco Central
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que fez uma exposição sobre a crise externa no início do encontro. Meirelles voltou a afirmar que o Brasil tem uma economia sólida para enfrentar a crise. Ele já se retirou para presidir, na tarde desta quarta, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado formado por ele próprio e pelos diretores da instituição – responsável pela definição dos juros brasileiros.
Os 37 ministros compareceram à reunião, além do vice presidente, José Alencar, e os líderes do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS).
De Brasília,
Com agências