Messias Pontes:  O servidor público merece respeito

A oposição conservadora e neoliberal que defende o Estado mínimo para que todo recurso vá para o seu bolso, mesmo fora do poder central está dando as cartas. Quando os neoliberais (PSDB, PFL e PPS) desmontaram o Estado brasileiro na década de 1990, os set


Nos quatro últimos anos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estancou a sangria da privataria e recuperou parte dos salários dos trabalhadores em geral e dos servidores públicos em particular. Mesmo assim o poder de compra hoje é bem menor que no período anterior ao desgoverno entreguista da canalha neo-udenista. 


 



 


Com a derrota imposta ao governo e ao País com a não prorrogação da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – a direita neoliberal conseguiu golpear profundamente o setor de saúde que já estava um caos, e agora, com a hesitação, a fraqueza e até a conivência do presidente Lula, caminha para desfechar mais um duro golpe na máquina pública, forçando o não reajustamento dos servidores federais. 


 



 


O principal objetivo da direita tucana-pefelista/demo – ppessista é não só desmontar o serviço público, mas principalmente jogar o conjunto dos servidores públicos, e em especial as Forçar Armadas, contra o presidente Lula, o governo e a esquerda. Neste sentido já há um movimento explícito encabeçado por uma tal Unemfa (União Nacional das Esposas dos Militares das Forças Armadas), cuja presidenta é uma suplente de deputada distrital do Demo, que está conclamando todos os militares a não votar em candidatos da esquerda, e em especial do PT. 


 



 


Já está até programado para o próximo dia 31 um protesto em todos os quartéis denominado de “dia D”, e nas unidades militares do Sul do País já circulam cópias de um manifesto que prega, além do protesto pacífico por melhores condições de trabalho e soldo, uma insurgência aberta contra o presidente Lula e os seus ministros da área econômica. 


 



 


Um dos organizadores do protesto do próximo dia 31, o ex-capitão Luís Fernando Silva, faz até uma severa ameaça: “o protesto será ordeiro e pacífico e qualquer outro posicionamento vai depender da reação do governo”. Isto é muito sério e tem de ser tratado com responsabilidade. Anteontem, o Ministério da Defesa, através da sua assessoria de imprensa, disse não reconhecer qualquer movimento de insatisfação das tropas. 


 



 


Claro que há, e muita, insatisfação das tropas, e não podia ser diferente. Quem está satisfeito com os baixos soldos? Quem está satisfeito com o sucateamento do Exército, da Marinha e da Aeronáutica? Somente os neoliberais, com o Coisa Ruim à frente, e o imperialismo norte-americano que tem como meta transformar as Forças Armadas da América Latina em polícia apenas para “defender a ordem interna”. O ex-presidente norte-americano Bill Clinton propôs e o Coisa Ruim viu com simpatia, mas não conseguiu operacionalizar.  


 



 


Presidente Lula, não se apequene e vá para o confronto, pois o momento é de decisão e não de vacilação e omissão. Todos sabemos que cobrir um rombo de R$ 40 bilhões no Orçamento não é fácil, mas chegou a hora dos ricos pagarem a conta. Afinal, foram eles, os banqueiros e os grandes capitalistas, representados no Senado pelos tucanos e demos, que causaram o prejuízo. Portanto, eles que paguem pelo fim da CPMF. Os pobres já vêm pagando a conta há 500 anos e não aceitam mais ser roubados.  


 



 


O Estado brasileiro, mais que nunca, precisa ser reaparelhado e fortalecido para poder induzir o crescimento com distribuição de renda e justiça social. Adiar para o próximo ano as contratações imprescindíveis ao reaparelhamento e fortalecimento do Estado e o reajuste salarial dos que põem a máquina em movimento é fazer o jogo da direita; romper os acordos já firmados com os trabalhadores é covardia. 


 



 


O servidor público merece respeito! 


 


 


Messias Pontes é jornalista