Publicado 23/01/2008 17:17
O representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) do Distrito Federal, João Lopes, atribui ao PSDB e DEM, à classe dominante e setores da mídia a pressão para que o governo faça corte com pessoal. “Há pressão da mídia e da classe dominante e do PSDB e DEM, que querem que o corte nos gastos do governo recaiam sobre o serviço público”, diz, acrescentando que “não é o governo que diz que não vai cumprir com acordo”.
Ele admite que as especulações deixaram os servidores apreensivos, principalmente depois que o acordo de reajuste salarial assinado com os advogados da União, procuradores da Fazenda e do Banco Central e de defensores públicos não entrou em vigor, como era esperado, e os profissionais iniciaram uma greve. (Justiça considera ilegal greve dos servidores federais)
“Os demais órgãos que assinaram acordo estão apreensivos, aguardando o cumprimento do acordo”, diz Lopes, destacando que “se o governo não cumprir os acordos, for dúbio, pode sair greve geral em março”. Segundo ele, o movimento é nacional e envolve todos os servidores, além dos advogados públicos, os fiscais do Ministério da Agricultura, os funcionários da AGU, Funai, Ministérios de Cultura, Meio Ambiente e parcela do próprio Ministério do Planejamento, que já assinaram acordo de reajuste salarial.
A reunião, agendada no último dia 17 de dezembro, segundo Lopes, era para discutir a questão da anistia dos demitidos no Governo Collor, planos de Cargos e Carreiras (PCCs) e avançar em outras questões de interesse da categoria dos servidores públicos federais, como a regulamentação da Convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que estabelece e garante critérios de negociação entre trabalhadores e governo.
Garantia de aumento
O deputado Eduardo Valverde (PT), disse, na semana passada, que está tentando junto a Comissão Mista de Orçamento alternativas para que o serviço público não seja afetado pelo fim da CPMF. Valverde acredita que ajustes em outras contas do Orçamento podem garantir o aumento salarial dos servidores.
“Sei que será uma busca árdua, pois fazer ajustes e cortes no orçamento não é das tarefas mais fáceis, ainda mais quando precisamos encontrar alternativas para uma perda substancial de R$40 bilhões”, ressaltou Valverde. Mesmo com o aumento adotado pelo governo, nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Sobre o Lucro Líqüido (CSLL) dos bancos, ainda será necessário cortar cerca de R$20 bilhões do Orçamento.
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências