CTB reúne-se com Mangabeira Unger e destaca afinidades

O cargo de secretário de Assuntos Estratégicos tem satus de ministro. “Apresentamos as nossas propostas, que coincidiram em muito com as idéias do ministro”, ressalta Wagner Gomes.

A reunião fez parte de uma etapa de um estudo sobre o futuro do Brasil que, segundo Unger, foi sugerido pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva. “Esta reunião com a CTB faz parte de um ciclo de conversas com as centrais sindicais iniciado no ano passado”, esclarece Wagner Gomes. O ministro trabalha com projetos para mais de 15 áreas.

Sua chegada ao governo ficou marcada pela decisão de acabar com o “samba de uma nota só” que existia no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ao reformular o comando do órgão por meio do afastamento do núcleo neoliberal e a nomeação do economista Márcio Pochmann para a sua presidência. Unger deu carta branca e delegou plenos poderes para Pochmann.

Desde então, o ministro diversifica-se suas atividades em reuniões no Congresso Nacional, no Poder Judiciário, com representantes da indústria, comércio, bancos e movimentos sociais. Ele diz que está formando uma rede de contatos para formulação de estudos que apontem tendências e regras mais claras para o desenvolvimento das várias áreas do país.

Suas idéias são marcadas pela ousadia. “Ao assumir a tarefa de ajudar a propor e debater um novo modelo de desenvolvimento nacional, um modelo baseado na ampliação de oportunidades econômicas e educativas, me convenci de que esse trabalho só avançará se for traduzido em iniciativas concretas”, diz o ministro.

Nova relação entre capital e trabalho

Unger estuda o futuro de olho no presente. Para ele, algumas medidas precisam ser adotadas de forma que antecipem o rumo que o país busca. Para isso, ele diz que a participação popular na discussão das propostas que planejam o desenvolvimento do país é fundamental.

“O Brasil todo está à busca de um novo modelo de desenvolvimento baseado em ampliação de oportunidades econômicas e educativas, e em participação popular”, diz ele, destacando, entre essas medidas, a ampliação de créditos, uma nova relação entre capital e trabalho e melhorias na educação.

Pascoal Carneiro, o secretário-geral da CTB, diz que essas idéias do ministro têm muito a ver com a luta da CTB por um projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho. “São idéias que refletem a luta política dos nossos dias – um relevante aspecto da disputa que travam as forças interessadas no desenvolvimento do país e os agrupamentos ligados aos interesses conservadores”, diz ele.

“Reunir todas as forças comprometidas, por menos que seja, com o combate à bandeira neoliberal é uma ação decisiva para a construção de um processo capaz de fazer nosso país mudar de rumo”, destaca.