Governo de SP é responsável pelo crescimento do PCC, diz jornalista
O governo do Estado de São Paulo, sob controle dos tucanos desde 1995, é co-responsável pelo crescimento da facção criminosa PCC, segundo depoimento prestado nesta terça-feira (19) pela jornalista Maria de Fátima Oliveira Souza à CPI do Sistema Carcerário
Publicado 20/02/2008 20:36
A jornalista – autora do livro PCC, a Facção – disse que denunciou a existência do grupo em 1985, mas que o governo só admitiu isso em 2002, quando 40 presídios se rebelaram.
Mesmo com o posterior reconhecimento, a jornalista avalia que a importância da facção criminosa foi subestimada pelo governo paulista, porque o PCC tinha 8 mil integrantes em 1996 e hoje já reúne 120 mil, segundo a própria polícia.
Ela também lembrou que, em 2006, um dos responsáveis pela segurança no estado disse que o PCC havia sido extinto. Hoje, afirmou Maria de Fátima, tem vínculos com organizações estrangeiras, além de ter se fortalecido em quase todos os estados brasileiros.
Corrupção policial
Maria de Fátima Souza afirmou que um dos principais pontos a serem enfrentados para recuperar o sistema é acabar com a corrupção policial. Ela esplicou aos parlamentares que a corrupção atinge todos os níveis do sistema, dos diretores de presídio a departamentos responsáveis pela alocação do preso.
Segundo a jornalista, falta pulso nesse combate. Ela citou o exemplo de um agente penitenciário: ele estava de plantão na fuga de 120 presos; foi transferido para Campinas, de onde fugiram 100 presos; seguiu para Pinheiros, na capital, de onde fugiram outros 50 presos. As sindicâncias, afirmou, não chegam a nada.
A jornalista disse ainda que outro dos motivos do crescimento da criminalidade é a ausência do Estado dentro e fora das prisões. Ela argumenta que o Estado permite que as organizações distribuam leite e cestas básicas, paguem advogados, entre outros benefícios. “O PCC faz uma rifa cujo prêmio é um apartamento de R$ 70 mil. Qual é o pobre que não quer?”, indagou.
Fonte: www.pt.org.br