Trabalhadores em CFC's no RS em estado de Greve

Centenas de trabalhadores em Centros de Formação de Condutores (CFCs) definiram pelo estado de greve contra as demissões. O ato que reuniu cerca de 500 pessoas na Praça da Matriz, em frente ao Palácio do Governo, em Porto Alegre, foi promovido pelo Sin

Centenas de trabalhadores em Centros de Formação de Condutores (CFCs) realizaram uma assembléia pública nesta terça-feira, 19/02, e definiram pelo estado de greve contra as demissões que já estão ocorrendo e a possibilidade de cerca de 1.800 trabalhadores perderem o emprego. O ato que reuniu cerca de 500 pessoas na Praça da Matriz, em frente ao Palácio do Governo, em Porto Alegre, foi promovido pelo Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos no Comércio do RS – Seaacom, com apoio da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços – Fecosul – e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB.


 


Com o protesto os representantes dos trabalhadores conseguiram agendar uma reunião com o secretário da Casa Civil do governo, Cézar Busatto. No encontro ficou acertado que os trabalhadores, através do Sindicato, irão participar das negociações e discussões sobre as taxas cobradas dos instrutores e o repasse de valores para os CFCs. As ameaças de demissão em massa, começaram a acontecer depois que a governadora Yeda Crusius resolveu diminuir os valores das horas-aula em -12,68% e cancelou ou diminuiu drasticamente os valores repassados para os CFC’s para realização de serviços prestados pelos centros, como a estrutura fornecida para os exames médicos e psicológicos. Por outro lado, o Governo Yeda reajustou as taxas pagas ao Estado e a Fundae (aquela da denúncia do desvio de mais de 40 milhões). Ou seja, o governo cortou recursos para os trabalhadores e aumentou ainda mais os repasses para entidade suspeita de desvio de verbas.


 


Preservação dos empregos


 


Na assembléia, o presidente do Seaacom, José Francisco Providel, disse que é preciso que a categoria esteja unida para garantir os empregos, as condições de trabalho e o salário. Providel defendeu ainda a necessidade da redução do valor da Carteira de Habilitação. “É preciso reduzir o valor cobrado para quem faz ou renova a carteira, mas não às custas do emprego e do salário dos trabalhadores”, protestou.


 


Para o coordenador da CTB/RS, Guiomar Vidor, se os patrões persistirem com esta posição sobre a demissão em massa, será necessário paralisar os serviços. Vidor, que também é presidente da Fecosul, reforçou que o objetivo principal do ato foi preservar o emprego dos trabalhadores, garantir salário justo e condições de trabalho, além de exigir um trabalho sério na CPI do Detran e a punição para os culpados. Vidor garantiu todo apoio da Fecosul e da CTB à luta dos trabalhadores dos CFCs em defesa do emprego e de melhores condições de trabalho.


 


“Estamos preocupados e inseguros. Com as medidas adotadas pelo governo Yeda ficou difícil trabalhar”, diz o instrutor prático, Norberto Skopinski. Ele afirma que a possibilidade de perder o emprego afeta até a maneira de trabalhar. “Precisamos estar tranqüilos porque estamos lidando com pessoas e máquinas. Estamos ensinando pessoas a lidar com o carro. Mas não podemos ir longe, não podemos gastar muita gasolina”, desabafa o instrutor.


 


O ato também contou com a presença do deputado estadual Raul Carrion (PCdo/B) que manifestou apoio aos trabalhadores em CFCs. Carrion é autor de um projeto para a extinção de uma taxa anual que os instrutores têm de pagar ao governo para poderem exercer o trabalho.


 



Márcia Carvalho – Assessoria Fecosul