PCdoB lutará pela vitória das forças progressistas em Feira

Com quase trinta anos de militância no PCdoB e impressionantes cinco mandatos consecutivos como vereador em Feira de Santana, Messias Gonzaga é hoje uma das principais referências da esquerda na segunda maior cidade da Bahia. O atual coordenador regional

Vermelho – Em sua opinião, quais foram as principais mudanças que a vitória de Wagner trouxe para a política baiana?


 


Messias Gonzaga – O governo Wagner teve como ponto alto de sua gestão o diálogo com a sociedade, o planejamento e a transparência, gerando confiabilidade na população. Ele desmontou esquemas de corrupção em várias áreas, como na saúde, nas licitações e prepara-se para, em 2008, realizar grandes obras, especialmente no interior do estado. Em Feira de Santana, por exemplo, o governo ampliou o Hospital Cleriston Andrade e já oficializou a construção do Hospital da Criança, com 280 leitos. Além de grandes projetos para a área rural e do meio ambiente, bem como na geração de emprego e renda. Isenção de ICMS na energia para consumidores de até 50 Kw, abertura de suas contas para todo e qualquer cidadão também são destaques. O fim dos contratos REDA e a realização de  seleção pública, bem como o anúncio de cerca de 15.000 vagas para o quadro de servidores por concurso público em várias áreas, a começar neste ano  de 2008, até 2011, também são pontos muito positivos. Problemas continuam existindo. Está ai a herança maldita de 30 anos de governo do grupo carlista e o  governo Wagner tem pouco mais de um ano.Penso que em 2008 o governo Wagner se concretizará e teremos muitas vitórias nas eleições municipais para o bloco de apoio ao governo, enterrando de vez o carlismo.


 


V – Como você analisa a aceitação, por parte da população, da atual gestão da Prefeitura de Feira de Santana?


 


MG – O PFL, hoje DEM, tem em Feira de Santana a sua última fortaleza política no estado e eles farão tudo para continuar administrando o município. A marca principal do governo é a pavimentação das ruas. Com isso aparece como ''bom governo'' para uma parcela da população, tendo força junto a alguns setores entre os quais parte da mídia e a ''burguesia'' local. Mas é autoritário e releva as questões sociais. Transporte, saúde, educação, funcionalismo, meio ambiente, tudo isso é tratado com desprezo pelo alcaide. Existem disputas intestinas entre as forças vitoriosas nas últimas eleições municipais sobre quem será o candidato para substituí-lo e isso pode contribuir com a derrota desse grupo político.


 


V – Qual o objetivo e a participação  PCdoB no processo sucessório da Prefeitura ?


 


MG – O PCdoB vê como tarefa principal, neste momento, imprimir uma derrota ao grupo carlista que governa a cidade. Vamos participar do processo eleitoral com determinação de construção de uma ampla frente com setores e forças políticas da base dos governos Lula e Wagner, para contribuir com a construção de um projeto político-administrativo inovador e afinado com as mudanças em curso no Brasil e na Bahia. Pela  sua representativade e história de luta na cidade, o partido tem grande contribuição a dar na formulação de um programa de governo e na constituição de uma  chapa majoritária com condições eleitorais e políticas de  vitória nas eleições.


 


V – E em relação à Câmara de Vereadores?


 


MG – A Câmara é alvo constante de críticas por parte da população. Dizem ser  esta legislatura a mais fraca das últimas três décadas. Acredito que a ausência de representação comunista, foi muito sentida por toda a cidade. Atualmente são 19 vereadores, destes apenas dois foram eleitos pela oposição. Penso que o nosso mandato deu muitas e valiosas contribuições durante os 22 anos de presença  naquela casa legislativa. Com um grande número de matérias legislativas, chegando mesmo a ser campeão, abri espaço para manifestações dentro do parlamento, a democratização do poder, fiscalização permanente do Legislativo e do Executivo, criação de várias CPIs e a viabilização de espaço de debate de temas de interesse da cidade. Ter um mandato como referência e elo de ligação dos movimentos sindicais, populares e democráticos, são marcas indeléveis de mandatos comunistas,  e assim foi o nosso, até hoje lembrado.
Nas próximas eleições, o PCdoB pretende retormar seu espaço na Câmara. 


 


V – Posso de forma sintética dizer que os objetivos do PCdoB nas próximas eleições são: contribuir decisivamente para a derrota das forças conservadoras no município, ter participação na chapa majoritária, coligação proporcional e voltar a ter presença na Câmara Municipal.