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Lula defende comissão da OEA e novas desculpas de Uribe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (4) que o Brasil defenderia na reunião extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) uma investigação sobre a incursão do exército da Colômbia em território do Equador, na madruga

Na reunião em Washingon, sede da OEA, o Equador solicitou formalmente ao Conselho permanente da organização que crie uma comissão de verificação, ''que investigue no local os fatos relacionados com a violação de sua soberania, por parte do governo colombiano. Pediu também que o Conselho se pronuncie ''diante da agressãoi belicista do exército colombiano'', e que convoque uma reunião de emergência dos ministros de relações exteriores.



Lula explicou que o presidente do Equador, Rafael Correa, recusou o pedido de desculpas do presidente colombiano, Álvaro Uribe,  porque era ''cheio de explicações''. ''Ele queria um pedido de desculpas mais direto. E também um compromisso que a Colômbia não repetirá esse fato'', ponderou. ''Do ponto de vista prático, a Colômbia poderia ter pedido que Equador fizesse a prisão dos membros das Farc lá. Isso não aconteceu e tem essa divergência lá'', disse Lula.



Encontro Lula-Correa será amanhã



O presidente brasileiro reune-se amanhã (5), no Palácio do Planalto, com o presidente equatoriano, Rafael Correa. A informação foi dada em Brasília pelo porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach. ''O presidente, como tem feito tradicionalmente, buscará no encontro com Rafael Correa facilitar a conciliação e uma solução pacífica da crise. O espírito será esse'', afirmou Baumbach.



A imprensa quis saber do porta-voz se haveria um contato também com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que fechou as fronteiras de seu país com a Colômbia em solidariedade ao Equador. ''O presidente não falou com Hugo Chávez, e não existe previsão de que essa conversa venha a ocorrer. Noto, entretanto, que o presidente tem diálogo fluido com Hugo Chávez, e nada impede que eles venham a se falar nos próximos dias ou próximos momentos a respeito desse ou de outros assuntos'', respondeu Baumbach.



''Vamos achar saída pacífica''



Segundo Lula, o Brasil vai trabalhar junto com os presidentes dos países da América do Sul pela manutenção da paz no continente.''O Brasil, como sempre, vai tentar trabalhar com outros presidentes para que os países da América do Sul se coloquem de acordo para que esse assunto possa diminuir. Porque a única chance de ver América do Sul crescer e se desenvolver e virar um continente rico é se a gente tiver um clima de paz e tranqüilidade para trabalharmos em harmonia. Estou convencido que vamos achar saída pacífica para isso'', afirmou.



Lula disse ainda que já conversou pelo telefone com os presidentes do Equador, Rafael Correa; da Colômbia, Álvaro Uribe; e da Argentina, Cristina Kirchner.



A violação do território equatoriano pelo exército da Colômbia é visto por analistas como um episódio grave e condenável, em uma parte do mundo relativamente a salvo de conflitos de fronteiras. A última guerra entre dois países sul-americanos foi a Guerra do Chaco, entre o Paraguai e a Bolívia, de 1932 a 1935; deixou um saldo de 60 mil bolivianos e 30 mil paraguaios mortos.



Da redação, com agências