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Dia contra Discriminação Racial é lembrado em sessão na Câmara

O Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, comemorado no próximo dia 21 de março, recebeu homenagem em sessão solene nesta segunda-feira (17), na Câmara dos Deputados. A aproximação do feriado  prejudicou o evento, que contou com

A homenagem na Câmara foi proposta pela deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP). Ela lembra que esse ano a abolição da escravidão no País completa 120 anos. “Sendo um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão, a sociedade brasileira ainda convive com expressões de preconceito e discriminação que contribuem para a reprodução de desigualdades, que faz com que enormes contingentes de negros e indígenas ainda vivam em situação de exclusão”.



O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) lembrou que a data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), relembra o massacre de participantes de um protesto contra o desumano regime do apartheid, na África do Sul, em 21 de março de 1960. O dia 21 de março marca ainda outras conquistas da população negra no mundo: a independência da Etiópia, em 1975, e da Namíbia, em 1990, ambos países africanos.



Para ele, a data “constitui excelente oportunidade para a reflexão, em todo o mundo, sobre a necessidade de medidas visando a combater essa brutal manifestação de preconceito. Aqui no Brasil, é evidente que essa reflexão tenha como eixo principal a situação dos afrodescendentes”.



Mais pobres



Estudos e estatísticas demonstram que o grupo concentra o maior número de indigentes, de desempregados, de trabalhadores com baixos salários. E, também, dos que sobrevivem em condições precárias de habitação, de segurança, de saúde, bem como dos que são prejudicados pela dificuldade de acesso à educação e cultura.



De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatística) em 2006, negros e pardos representavam cerca de 73% do contingente mais pobre da população; correspondiam a dois terços do total de analfabetos brasileiros; auferiam rendimentos de 30% a 40% menores em grupos com igual nível de escolaridade.



“Trata-se de clara demonstração de persistência da desigualdade que foi gerada ao longo de mais de três séculos de escravidão. E que acabou sendo mantida, mesmo após a Abolição, por não ter havido para os libertos a democratização do acesso à terra, ao sistema educacional e a condições igualitárias de competição no mercado de trabalho”, destacou Chinaglia.


 


Kika Silva, Presidenta da Oriashé Sociedade Brasileira de Cultura e Arte Negra e do Fórum Estadual de Mulheres Negras, de São Paulo e Mariosan Pereira, Professor da EDUCAFRO — Educação para Afro-descendentes e Carentes, de São Paulo, fizeram parte da mesa. Também estiveram presentes ao evento embaixadores e embaixadoras de países africanos.



De Brasília
Márcia Xavier