Direção da CTB-BA alia experiência e juventude

Um dos principais compromissos assumidos pela direção recém-eleita é elevar o protagonismo da classe trabalhadora nas decisões sobre os rumos do setor. Para Adílson Araújo, o caminho para alcançar este objetivo está na luta por pautar uma agenda positiva para a manutenção dos direitos dos trabalhadores e a sua ampliação. “Por isso temos com algumas das nossas principais bandeiras a ratificação das Convenções 158, que proíbe a demissão imotivada, e 151, que garante a negociação coletiva para os servidores públicos”, completa.

O presidente da CTB também afirma que os avanços alcançados pelo governo Lula tendem a fortalecer a vontade dos trabalhadores de lutar pelos seus direitos. “Com a estabilidade da economia e o crescimento do país, os trabalhadores ganham espaço para se motivar em torno das suas bandeiras”, destaca. O sindicalista ainda ressalta a importância de um dos principais objetivos da Central para o futuro do país. “A redução da jornada de trabalho sem redução de salários pode representar um avanço enorme para o Brasil. Algumas pesquisas revelaram que, com redução, poderão ser criados mais 2,2 milhões de novos postos de trabalho”, afirma Araújo.

Juventude e experiência

Para ocupar um dos cargos mais importantes, a secretaria de Finanças, foi escolhido o trabalhador rural Jean Carlos. O jovem de 26 anos, que preside do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Redenção, afirma não se sentir pressionado pela responsabilidade que acaba de assumir. Para ele, os oito anos que passou como membro da Federação dos Trabalhadores da Bahia (Fetag) e sua atuação no Sindicato de Nova Redenção o credenciam para o cargo. “É um grande desafio, mas eu me considero preparado”, afirma.

Apesar de ser tesoureiro, Carlos não esquece dos motivos que o levaram a entrar no movimento sindical e ressalta que, entre os seus principais objetivos estão fortalecer a luta pela reforma agrária e a defesa da agricultura familiar. Ele afirma que essas bandeiras não foram tratadas com a devida importância pelas outras centrais sindicais. “Nenhuma central tinha encarado esses temas de fato como bandeiras, por isso existe uma necessidade do homem do campo de reivindicar seus direitos e lutar por sua qualidade de vida”, destaca.

Em outro estágio da sua trajetória sindical encontra o também recém-eleito diretor da CTB, o ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Madeira do Estado da Bahia (Sintracom), Florisvaldo Brito dos Santos. Com vinte anos no movimento sindical, o agora secretário geral da CTB, afirma que o principal desafio da nova central é fazer o estado retomar o seu papel na luta nacional pelos direitos dos trabalhadores. “A fundação da Central representa um novo fôlego e nos traz o desafio de reassumirmos a responsabilidade que a Bahia sempre teve, principalmente no auge da CUT”, completa.

De Salvador,
Rodrigo Rangel Jr.