Flávio Dino defende reforma urbana

Em seu artigo semanal para o Jornal Pequeno(São Luís-MA) o deputado Flávio Dino chama a atenção para os acidentes de trânsito no país e reforça a necessidade da reforma urbana proposta pelo PCdoB. Leia o artigo.

No Brasil, segundo estatísticas do Ministério da Saúde, os acidentes de trânsito são das principais causas de morte entre pessoas com menos de 59 anos. Na última década, a média de óbitos no trânsito vem sendo superior a 35 mil por ano, isso sem contar os acidentados que morrem semanas ou meses depois no hospital e, assim, não entram nessa estatística. E, ao contrário do que se pensa, isso não acontece apenas nos grandes centros urbanos: nos municípios com menos de 100 mil habitantes houve um aumento de mais de 70% nos óbitos por acidente de trânsito desde 1990.
Dentre as maiores causas de tantos acidentes estão o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, alta velocidade e o não uso de capacetes ou de cinto de segurança, além de problemas na infra-estrutura das rodovias e vias públicas. Estes geram, por sua vez, milhares de óbitos por atropelamento de pedestres e ciclistas.
Por tamanha amplitude, os acidentes de trânsito representam hoje um problema de saúde pública no Brasil. Mas também podem ser avaliados na sua dimensão econômica, pois geram custos de bilhões de reais por ano ao Sistema Único de Saúde, às seguradoras, às empresas que perdem veículos e mercadorias ou ficam sem seus profissionais.
Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apontou que entre 2001 e 2003 as perdas por acidentes de trânsito em áreas urbanas chegaram a R$ 5,3 bilhões por ano.
No Maranhão não é diferente. Somente no trecho da BR 135 que dá acesso a São Luís, um dos mais movimentados do estado, ocorreram mais de 600 acidentes nos últimos dois anos. Foram 263 em 2006 e 369 em 2007. É um quadro assustador, que nos levou a fazer um requerimento ao Ministro dos Transportes solicitando providências para reduzir o número de acidentes na região. Nele, sugerimos medidas como a discussão sobre a municipalização do trecho, o aumento do controle de velocidade através de semáforos e barreiras eletrônicas, a construção de ciclovia e passarelas, a intensificação da fiscalização e a extensão da duplicação da BR-135 – essa última, é tese defendida por toda a nossa bancada federal.
Destaquei ao Ministério dos Transportes as localidades situadas às margens da BR no município de São Luís com maior incidência de acidentes com vítimas fatais. Juntos, esses bairros que utilizam diariamente a BR 135 totalizam uma população de mais de 60 mil moradores, cuja reivindicação buscamos atender com o requerimento, bem como a todas as pessoas que circulam por esse perigoso trecho, sobrecarregado pelo tráfego diário de milhares de carros, caminhões e ônibus, uma vez que é o único acesso a nossa capital.
Outro trecho com problemas crescentes de trânsito é o que fica entre o retorno do Olho d’Água e a Raposa, onde o movimento vem aumentando rapidamente em função dos novos empreendimentos imobiliários na região. A Avenida Jerônimo de Albuquerque e as Avenidas do Anil, porque corredores de ligação fundamentais para o fluxo do tráfego na capital, são outras que precisam de atenção especial, assim como a Avenida dos Portugueses, caminho de todos que moram, trabalham e estudam na área Itaqui-Bacanga.
A tendência é de que todos esses problemas se agravem ainda mais com o tempo, uma vez que a frota de veículos de São Luís cresce mais de 10% ao ano, já ultrapassando o total de 200 mil veículos em circulação.
Portanto, melhorias em todas essas áreas são urgentes e precisam incluir, além da abertura de novas ruas e avenidas, também a prioridade aos meios de transporte coletivos, o incentivo à utilização de meios não motorizados (por exemplo, com a construção de passarelas e ciclovias), e a garantia de integração entre as diferentes modalidades de transporte e de circulação. Na visão de meu partido, o PCdoB, uma adequada gestão do trânsito é um tema fundamental para que a Reforma Urbana se concretize na vida cotidiana dos cidadãos.