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Blogueiro relata mentiras da mídia sobre o suposto dossiê

O jornalista Eduardo Guimarães, que manté o blog Cidadania. com ( http://edu.guim.blog.uol.com.br/ ) relata em comentário publicado no blog nesta segunda-feira (31) as artimanhas dos grandes veículos de co

 


Folha e Globo mentem


 


A semana começa com dois dos quatro “cavaleiros do apocalipse” da imprensa escrita (Veja, Folha, Globo e Estado), que também são os veículos que pautam toda a dita “grande” imprensa nacional, pondo de lado qualquer senso de decência. Diante da resistência dos fatos em se mancomunarem com eles, decidiram partir para a divulgação de mentiras escancaradas sobre o que afirmam ser um “dossiê” montado pelo Palácio do Planalto.



Os dois veículos a que me refiro são a Folha de São Paulo e o Globo. O Estado, hoje, teve um comportamento mais cauteloso, evitando bancar o dossiê. Fiquei até surpreso. Mas os outros dois fizeram a vez do periódico da família Mesquita.



Eles tratam o documento divulgado pela Veja como sendo um dossiê indubitavelmente montado dentro do Palácio do Planalto exatamente como foi divulgado. A hipótese, que o jornalista Luis Nassif divulgou em seu blog, de que o documento pode ter sido formatado por tucanos para atingir a ministra Dilma Rousseff, está fazendo subir a temperatura política em Brasília, pois parece haver indícios de que foi isso mesmo que aconteceu. Nenhum dos quatro cavaleiros do apocalipse midiáticos tocou no assunto.



Nova pesquisa nos arquivos da Folha, porém, deu-me, na pior das hipóteses, a convicção de que não há nenhuma base para se afirmar que foi isso ou aquilo que aconteceu.



No dia 11 de fevereiro, a Folha publicou a seguinte notícia na Folha On Line:



Vejam bem, isso aconteceu há quase dois meses. A oposição, depois de ter aceitado que os gastos de FHC fossem investigados, esperaria o quê do governo, se ele teria que enviar à CPI dados sobre as despesas do ex-presidente? Era preciso colher esses dados.



Agora, segundo a própria Folha, FHC também tratou de se mobilizar para fazer uma “varredura” e levantar os dados sobre os próprios gastos quando era presidente. Gostaria muito de saber onde é que o ex-presidente foi fazer a tal “varredura” se os dados a buscar só existem nos arquivos do Palácio do Planalto.


 


Aliás, essa história de querer pôr a ministra Dilma no enrosco não vem de hoje. A oposição vinha tentando submetê-la a exposição na CPI muito antes de surgir o tal “dossiê” da Veja.


 
É, de fato, a escandalização do nada. Mas o pior de tudo é esses três jornais, a revista Veja e os veículos que atuam como linha auxiliar deles afirmarem que é “dossiê” produzido no Planalto um documento cheio de peculiaridades que mostram que a papelada é uma junção de dados de fontes diversas. É grave bancarem a hipótese de que pode ter havido o que eles dizem que houve, pois  há muitas outras possibilidades, como a de os próprios tucanos terem armado esse circo para proteger FHC.



A melhor forma de esconder os gastos de FHC – e a própria Folha disse, primeiro, que ele queria escondê-los – seria fazer com que se tornassem malditos, ou seja, que sobre eles pesasse um consenso midiático de que divulgá-los seria um “crime”. Ora, se foi feito um acordo entre governo e oposição para investigarem os gastos do ex-presidente e os do atual, por que o governo, que é o guardião dos dados dos gastos dos dois presidentes, não iria inventariá-los?



Tentarei colocar com muita clareza a gravidade do que esses jornais estão fazendo e o risco que correm todos os brasileiros se essa prática da Veja, da Folha, do Globo e do Estadão não for combatida. Essa tática de difamação das pessoas pode ser usada por qualquer um que tenha o apoio desses jornais e a Veja, que obviamente estão mancomunados entre si, pois dizem, todos, exatamente a mesma coisa.



Cria-se um documento qualquer, um “dossiê” qualquer contra qualquer um e, independentemente de provas, esses veículos saem dizendo que é verdadeiro, como fizeram hoje, entre outros, Fernando de Barros e Silva, na Folha, e Ricardo Noblat, no Globo. Vejam só:




“(…) Chame-se o vira-lata pelo apelido oficial -“banco de dados”-, como quer a ministra Rousseff, ou pelo nome próprio -“dossiê”-, o fato é que ele ameaça morder, pela primeira vez, os calcanhares da todo-poderosa. Mesmo que nada mais lhe aconteça, Dilma já ficou de repente mais parecida com Zé Dirceu. O episódio aproxima sua imagem do lado sombrio da Casa Civil.(…)”
Fernando de Barros e Silva – Folha de São Paulo – 31/03/08 – página A2


 



“(…) Lula, o problema é o seguinte, meu filho: seu primeiro governo foi salpicado de escândalos. Mal começou o segundo e já tem escândalo novo na praça: o do dossiê montado na Casa Civil da Presidência da República para chantagear a oposição (…)”.
Ricardo Noblat – O Globo – 31/03/08 – página 2


 


Viram só? O Barros e Silva e o Noblat afirmam, peremptoriamente, que é, sim, dossiê. Apóiam integralmente uma hipótese que não passa de hipótese. Com que certeza? Baseados em que? Não dizem. Apenas se escoram em matérias “noticiosas” de seus jornais e da Veja que tratam a documentação divulgada pela revista como “dossiê” e não se fala mais nisso. Prevalece a teoria de interesse do PSDB e pronto, sem explicação do por que.


 


Essa tática poderá ser usada contra qualquer um neste país. Esses três veículos estão tentando adquirir um poder superior ao de qualquer outra instituição da República, de acusarem sumariamente qualquer um de qualquer coisa, sem provarem a acusação, e ela passa a ser aceita ao menos pela a opinião pública, pautando o Judiciário e o Legislativo.


 


É demais, não é? Se não descobrirem quem tirou os dados – ou o “dossiê” – de dentro do Palácio do Planalto, haverá condenação tácita do governo e de Dilma e todos estaremos ameaçados por esse tipo de estratégia. Podem divulgar um documento que diga que eu recebo alguma pequena fortuna de dinheiro público para criticar a mídia. O documento poderia ter sido montado por qualquer um, mas eles dizem que foi por A ou por B e passam a tratar o assunto dessa forma e fim de assunto.


 


Alguém tem que fazer alguma coisa! Não se pode aceitar uma barbaridade dessas assim, sem reagir. Só que nós, cidadãos comuns, nada podemos fazer além de denunciar na internet, o único meio de comunicação em que há de fato liberdade de expressão. É pouco. Não temos acesso à tevê e os grandes jornais impedem discordâncias e escondem fatos. Só o governo pode agir, descobrindo quem tirou os dados do Planalto e investigando o mandante e sua motivação.