EUA anunciam megaplano para reestruturar setor financeiro

O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, apresentou o plano com 218 páginas em discurso nesta manhã. Ele afirmou que um sistema financeiro forte é importante não apenas para os negócios em Wall Street, mas também para os trabalhadores americanos.

O plano, que precisará de aprovação do Congresso para as mudanças maiores, tem como objetivo atualizar a estrutura do sistema, estabelecida na Guerra Civil. Ele vai designar o Banco Central (Fed) como “regulador de estabilidade de mercado” e dar poder ao órgão de examinar os livros com todos os aspectos financeiros de qualquer instituição, não apenas bancos, de quebrar sigilos e tomar ações corretivas quando necessário.

O projeto prevê ainda a criação de uma Comissão federal de Originação Hipotecária que estabeleça padrões mínimos recomendados para corretores de hipotecas, muitos dos quais operam atualmente fora da regulamentação federal; e também daria os primeiros passos para um regulação federal da indústria de seguros dentro do Departamento do
Tesouro.

Comparação com a crise de 29

A proposta desta segunda-feira faz uma revisão completa na regulação do mercado financeiro atual, a mais extensa já feita desde a 1929, quando ocorreu a chamada “Grande Depressão” da economia dos EUA.

O anúncio ocorre no momento em que o mercado global está contaminado pela maior crise de crédito nos EUA em 20 anos, desencadeada por uma outra crise, a dos empréstimos imobiliários “subprime”, aqueles feitos a pessoas com histórico de inadimplência.

Em seu discurso, Paulson admitiu que a maioria das mudanças só ocorrerá depois de um intenso debate no Congresso, deixando ao próximo governo a negociação das maiores alterações propostas.

Da redação, com agências