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Luiz Favre: tucanos fizeram São Paulo parar

Clovis Rossi na sua coluna de opinião na Folha de São Paulo expõe sua indignação contra os administradores de São Paulo por conta dos problemas do trânsito. Sua metralhadora giratória mira em todos os últimos prefeitos da cidade, mas a gestão tucana no

Clovis Rossi na sua coluna de opinião na Folha de São Paulo expõe sua indignação contra os administradores de São Paulo por conta dos problemas do trânsito.


 


Dono de inesgotável munição verbal, do alto de sua torre de observação, atira com sua metralhadora girátoria contra todos os prefeitos que, diferentemente dele, nada previram e nada fizeram para poupar os infelizes moradores da paulistéia da vaticinada paralisia.


 


O grosso da artilharia parece dirigida ao atual ocupante do cargo, Gilberto Kassab, mas aparentemente todos recebem as chicotadas pelo descaso com que trataram a questão do transporte público e o trânsito.


 


Maluf, Pitta, Marta, Serra no mesmo saco junto com o titular do time dos descompromissados, Gilberto Kassab (estranhamente o único que nada tem a ver é Geraldo Alckmin).


 


O objetivo de Clóvis é, em verdade, desviar a justa indignação da população contra os verdadeiros responsáveis da incúria com o transporte público, para um genérico “nenhum político presta”, bem confortável para os tucanos hoje na berlinda.


 


A impostura intelectual é ousada, contando, para ser bem sucedida, da conhecida capacidade do ser humano ao esquecimento e uma grande dose de propaganda. Mas a memória da população não é tão preguiçosa como gostaria Clóvis Rossi e a propaganda dos tucanos, mesmo apoiada nas pregações de alguns veículos de comunicação, não parece suficiente para fazer engolir o engôdo.


 


Com efeito, como dizer que foi igual o Pitta que tolerou a instauração de quase 30 mil perueiros clandestinos, uma frota de ônibus reduzida e com mais de 10 anos de uso, nenhum investimento em corredores e uma tarifa das mais caras do país, comparado com Marta Suplicy que enfrentou a “máfia do transporte”, regularizou o sistema, obrigou a renovação dos ônibus e instaurou o Bilhete-Único?


 


Como comparar 4 anos de administração de Marta com os 13 anos de controle tucano do governo estadual, uma boa parte sob comando de Alckmin, que responsáveis pelo metrô, quase nada construíram. A linha 4, prevista para ser entregue agora em 2008, só será parcialmente entregue em 2011. A linha 5 (que liga o Capão Redondo a Santo Amaro) vive às moscas e está parada desde 2002. Como passar sob silêncio que o Rodoanel avançou como tartaruga até hoje, mesmo tendo nas mãos, além do governo estadual, as rédeas do governo federal durante 8 anos?


 


Ou não é uma impostura intelectual dizer que Marta e Kassab são farinha do mesmo saco, quando a primeira construiu 100 km de corredores e o segundo concluiu apenas 10 Km, dos mais de 200 km programados para serem concluídos até 2008?


 


Fica evidente que o objetivo do membro do Conselho editorial da Folha não é apontar os responsáveis e sim diluir as responsabilidades, em momentos em que os olhos de toda a população apontam em uma direção que não é do agrado do articulista.


 


Para quem é arauto da indignação, ter que dar o nome aos bois deveria ser natural. Para quem só posa como tal, a gritaria generalizada basta.


 


No meu caso, sou adepto do principio de “a César o que é de César…” e aos tucanos e Clóvis Rossi o que é deles.


 


Quem o pariu, que o embale.



Fonte: Blog do Favre