Músico do Ozzy Osbourne diz que 'matará' a dengue no Brasil
O cantor britânico Ozzy Osbourne excursiona no Brasil pela terceira vez e promove seu mais recente álbum de inéditas, ''Black Rain'' (2007). O artista se apresenta nesta quinta-feira (3) no HSBC Arena, no Rio de Janeiro, e, no sábado (5), faz show no Parq
Publicado 31/03/2008 20:30
A banda que o acompanha é formada por Zakk Wylde (guitarra), Rob Nicholson (baixo), Mike Bordin (bateria) e Adam Wakeman (teclados). Dois expoentes da música pesada contemporânea, os grupos Korn e Black Label Society fazem os shows de abertura.
Zakk Wylde, que também é lider do Black Label Society, falou a imprensa durante intervalo de ensaio para a turnê e fez piada com a epidemia de dengue no Rio. ''Está acontecendo uma epidemia por aí e vamos ao Brasil especificamente para matá-la. Esta é a razão principal da turnê (rindo)'', declarou.
Ozzy Osbourne já fez shows no país nos festivais Rock In Rio (1985) e Monsters of Rock (1995), mas esta é a primeira vez que Wylde toca no Brasil. O músico falou sobre o repertório que o cantor apresentará. ''Ozzy tem muitos temas em seu catálogo e tocaremos algumas canções de 'Black Rain', além do melhor de sua obra. Estamos ansiosos para tocar. Ele diz o tempo todo que o público brasileiro é durão e que vamos nos divertir adoidado'', adiantou.
A despeito das vindas anteriores de Osbourne, os apreciadores de som pesado têm um bom motivo para não desperdiçar a oportunidade de assisti-lo ao vivo. Isso porque, desde a morte do músico Randy Rhoads (1956-1982), principal responsável pela identidade sonora do cantor após a saída do Black Sabbath em 1979, Ozzy sempre teve problema com o rodízio de guitarristas em sua banda. Na primeira visita ao país, contou com Jack E. Lee — que o acompanhou de 1983 a 1987– e, na ocasião da segunda excursão, Joe Holmes substituiu provisoriamente o próprio Wylde, no período entre 1995 a 1998, e entrou para a banda pouco antes da vinda ao Brasil.
Zakk Wylde entrou no grupo em 1987 e participou das gravações do álbum ''No Rest For the Wicked'' (1989). O guitarrista passou a acompanhar Ozzy Osbourne nas turnês, sendo o principal responsável pelo vigor e a nova personalidade mais contemporânea de sua música a partir dos anos 90, época em que voltou ao topo das paradas com o álbum ''No More Tears'' (1991), seu maior sucesso de vendas até hoje.
À exceção do hiato nas turnês entre 1995 e 1998, Zakk Wylde é desde então presença constante nas excursões e álbuns de inéditas de Osbourne. Mas, apesar da predileção do chefe, o guitarrista é humilde quando comparado a Rhoads, assumidamente uma de suas maiores referências musicais. ''Randy sempre será um deus entre nós. Os antigos fãs de Ozzy nunca poderão esquecer Randy Rhoads, mesmo porque sem ele não existiria Zakk Wylde. Não considerei uma grande responsabilidade assumir um posto que já foi ocupado por ele, mas seu trabalho ainda me inspira até os dias de hoje e Randy estará presente conosco eternamente. Amo sua música, sempre a ouço, mas infelizmente é assim que as coisas são'', declarou.
Uma das pessoas melhor indicadas para comentar a discografia solo de Ozzy Osbourne, Wylde não sabe destacar predileção a apenas um trabalho do patrão. ''Para mim, 'Black Rain' é apenas um outro álbum. É como você olhar a discografia de grandes artistas como Led Zeppelin, Black Sabbath, Rolling Stones, Stone Temple Pilots, Guns'n Roses, The Allman Brothers Band, Elton John ou Lynyrd Skynyrd e bandas assim. Quando você se cansa de um álbum ou canções, você ainda pode escutar material novo ou mesmo pegar algum deles que não escuta há anos. Em minha opinião, artistas assim podem continuar a produzir material, desde que sempre façam músicas boas. Isso é o que importa. Obviamente 'No More Tears' é o campeão de vendas, mas gosto pinçar faixas de cada um dos discos. É como Ozzy sempre diz: gostei de fazer todos os álbuns, mas sempre me recordo se estava me divertindo ou não durante as gravações'', comenta.
Atualmente Zakk Wylde ainda integra o Black Label Society junto a Nick Catanese (guitarra), John DeServio (baixo) e Craig Nunenmacher (bateria) e seu mais recente álbum de inéditas é ''Shot to Hell'' (2006). O guitarrista também já liderou o grupo Pride & Glory nos anos 90 e deu sua contribuição à evolução da linguagem de rock pesado contemporâneo ao promover conexões entre o heavy metal e a música de raiz norte-americana, mais notadamente o country e o blues. ''Pride & Glory era uma banda mais ligada a improvisos, como The Allman Brothers. O trabalho do Black Label é incisivamente mais focado nas canções'', avalia.
Ozzy Osbourne é uma das personalidades musicais mais lendárias da iconografia pop. Hoje o cantor passa por um período de grande visibilidade, mas já enfrentou uma espécie de montanha russa em vários momentos da carreira. Com o Black Sabbath, promoveu a evolução do hard blues sessentista fundando as diretrizes do heavy metal. O farto leque de referências musicais da banda criou escola, que até hoje gera novos pupilos das mais distintas vertentes: dos temas eruditos ao blues pesado, típico da banda de bar que o Sabbath foi originalmente. Lançou sete álbuns de estúdio com o grupo até 1976, quando saiu devido a turbulências na vida pessoal, mas retornou ao antigo posto em seguida para gravar ''Never Say Die!'' (1978) antes da saída definitiva em 1979. Em carreira solo, lançou dez discos de inéditas, desde o début com ''Blizzard of Ozz'' (1980).
O cantor teve uma vida regada por excessos, o que lhe ocasionou prisões e processos, sendo inclusive acusado de estimular o suicídio de jovens entre 1984 e 1986, devido à letra de ''Suicide Solution'', composta em homenagem a seu amigo Bon Scott, ex-vocalista do AC/DC. No início dos anos 90, confessa publicamente ter abandonado seus vícios e, a partir daí, sua popularidade mantém-se estável. A antiga fama transgressora é definitivamente dissociada de sua imagem pública com a exibição do reality-show ''The Osbournes'' –exibido de 2002 a 2005–, no qual o lendário ''comedor de morcegos'' dá vez a sua impagável faceta bufona em família.
Ozzy Osbourne comemora 60 anos em dezembro deste ano, mas Zakk Wylde também relembra o perfil lúdico, quase infantil, do homem que chegou a ser considerado uma ameaça pública há algumas décadas. ''Estávamos na estrada, o programa estava sendo exibido naquela época, e gostaria muito que eles tivessem registrado isso o que aconteceu. Tínhamos acabado de ser a atração principal de um festival para 60 mil pessoas, Ozzy foi visitar a banda e me falou sobre algo que queria fazer há bastante tempo. Enquanto não voltávamos para o quarto, gastamos cerca de US$ 1500 em cerveja e estávamos detonados, fora de nosso juízo perfeito. Mas todos se divertiam e a última coisa que lembro é de Ozzy falar sobre o que aconteceu com John Bonham –essas coisas. E ele fala que já fez coisas muito doidas na vida, mas nunca atirou um aparelho de tevê pela janela e tenta tirá-lo da sala de estar. Eram aproximadamente três da manhã, estávamos no 6º andar e peço que alguém se certifique de que não há ninguém lá embaixo. Em seguida, jogamos a tevê pela janela e, quando bateu no chão, os seguranças apareceram. Esse estrago nos custou uma grana: US$ 34 mil para Ozzy e US$ 10 mil para mim, além dos quase US$ 2.000 em cerveja. E, se você faz a soma, isso dá um total de US$ 46 mil de prejuízo, mas olhar para a cara de Ozzy naquele momento não tem preço (rindo)'', se diverte.
Há alguns anos, surgiram especulações na imprensa sobre uma possível reunião do Black Sabbath clássico em estúdio, sob a produção de Rick Rubin. Os boatos ganharam mais força quando a formação da banda com Ronnie James Dio nos vocais passou a excursionar com o nome Heaven & Hell. E, apesar da proximidade junto aos integrantes do Sabbath, Zakk Wylde prefere se eximir de alguma opinião a respeito. ''Não faço idéia. Conheço todos os caras e eles são muito legais. Mas isso não é assunto meu. Só posso dizer que sempre estarei à disposição quando Ozzy quiser gravar álbuns ou excursionar. Ele é o chefe e é assim que a coisa funciona'', afirmou.
OZZY OSBOURNE, KORN E BLACK LABEL SOCIETY NO BRASIL
RIO DE JANEIRO
Quando: 03/04
Onde: HSBC Arena – av. Embaixador Abelardo Bueno, s/nº, Barra da Tijuca
Quanto: de R$ 140 a R$ 180
Horário: a partir das 19h30 (abertura dos portões às 17h)
Ingressos: no site www.ticketmaster.com.br e pelos telefones 0/xx/21/6846-6000 e 0300 789 6846
SÃO PAULO
Quando: 05/04
Onde: Estádio Palestra Itália – r. Turiassu, 1840, Água Branca
Quanto: de R$ 140 a R$ 300
Horário: a partir das 19h30 (abertura dos portões às 16h30)
Ingressos: no site www.ticketmaster.com.br e pelos telefones 0/XX/11/6846-6000 e 0300 789 6846
PONTOS DE VENDA
– RIO DE JANEIRO:
Com taxa de conveniência
Até 29/03: Citibank Hall – av. Ayrton Senna, 3000, Shopping Via Parque, Barra da Tijuca A partir de 30/03: Rioarena – av. Embaixador Abelardo Bueno, s/nº, Barra da Tijuca
Sem taxa de conveniência
– FNAC BarraShopping – av. das Américas, 4600
– Modern Sound – rua Barata Ribeiro, 502
– Saraiva Mega Store Norte Shopping – av. Dom Helder Camara, 5080
– Saraiva Mega Store Rio Sul – r. Lauro Miller, 116
– Posto Ipiranga CW332 – r. Real Grandeza, 332/336
– Posto Ipiranga Jockey Rio – av. Bartolomeu Mitre, 1361
– Posto Ipiranga Sol da Lagoa – av. Epitácio Pessoa, 3666
SÃO PAULO
– Citibank Hall – av. dos Jamaris, 213
– Teatro Abril – av. Brigadeiro Luis Antonio, 411
– FNAC Pinheiros – av. Pedroso de Moraes, 858
– FNAC Paulista – av. Paulista, 901 ou Alameda Santos, 960
– FNAC Morumbi – Morumbi Shopping
– FNAC Campinas – parque Dom Pedro Shopping – av. Projetada Leste, 500
– Saraiva Mega Store Shopping Center Iguatemi Campinas
– Saraiva Mega Store MorumbiShopping
– Saraiva Mega Store Shopping Eldorado
– Saraiva Mega Store Shopping Ibirapuera
– Saraiva Mega Store Shopping Center Norte
– Saraiva Mega Store Shopping Anália Franco
– Saraiva Mega Store Pátio Paulista
– Loja AM/PM Posto Ipiranga Gravatinha – av. Portugal, 1756
– Livraria Siciliano – r. Cardoso de Melo, 630
– Auditório do Ibirapuera – av. Pedro Álvares Cabral, s/nº
Fonte: Uol