UNE e UEE/RJ entregam carta ao ministro da Educação
UNE e UEE/RJ realizaram, no dia 29, o primeiro encontro dos bolsistas do ProUni, no Sesc de Nova Iguaçu. Puxado pela presidente da UNE, Lucia Stumpf, cerca de duas mil pessoas entoaram o refrão “Ôôô, o filho do pedreiro vai poder virar doutor”, no ato que
Publicado 31/03/2008 21:05 | Editado 04/03/2020 17:05
O ministro da Educação anunciou a abertura do financiamento estudantil para os alunos que têm bolsas de 50% da mensalidade. No estado, 29.546 alunos têm bolsas do ProUni, dos quais, 26.454 têm bolsas integrais e 3.092, bolsas de 50%, que podem agora financiar a outra parte da mensalidade.
Haddad contou um pouco da história do ProUni e ressaltou os bons resultados obtidos pelos estudantes no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). “Vocês são responsáveis por um fenômeno: em todas as áreas do conhecimento as médias do Enade obtidas pelos bolsistas foram superiores as dos outros alunos”. Esse fato, explicou, contraria os opositores do programa e os que discriminaram os alunos.
O ministro aproveitou para criticar grupos que são contra o ProUni: “Existem forças políticas no país que não dizem, mas que são contra ao acesso da população à universidade. Os mesmos que criticaram o ProUni, agora são contra o Reuni”.
“Não aceitem discriminação. Vocês merecem as bolsas, fizeram jus a esse direito e não devem favor a ninguém”, disse o ministro sob aplausos.
10% do PIB para educação
No encontro, foi entregue uma carta pedindo melhorias no ProUni. Segundo o presidente da UEE/RJ, Daniel Iliescu, foram feitos 47 pré-encontros com bolsistas de diversas unidades espalhadas pelo estado do Rio para debater o projeto que “carece de aprimoramentos”.
A presidente da UNE destacou a importância dos projetos para a educação superior como o ProUni e o Reuni (que aumenta as verbas para as universidades públicas), mas disse que é necessário fazer o Plano Nacional de Assistência Estudantil e garantir 10% do PIB para a educação.
O ato reuniu também dois ex-presidentes da UNE: o atual prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, e o secretário de Desenvolvimento Econômico da Cidade, Ricardo Cappelli.
Presidente da UNE durante o “Fora Collor”, Lindberg lembrou que naquela época a luta dos estudantes era contra o sucateamento das universidades. Disse ainda que, nas universidades particulares, cerca de 30% dos estudantes abandonavam os estudos por não ter como pagar a mensalidade. Para surpresa de todos, Lindberg anunciou que todos os bolsistas do ProUni em Nova Iguaçu vão pagar apenas meia-passagem nos ônibus municipais.
Já Ricardo Cappelli afirmou que os bolsistas viviam um grande momento por ter conquistado o direito de fazer um curso superior. Para ele, o ProUni democratiza o acesso e modifica o perfil sócio-econômico dos alunos da universidade.
A presidente da Caixa, Maria Fernanda, anunciou a contratação de 8 mil estagiários para o Banco, sendo dois mil de bolsistas do ProUni. O aluno fará estágio de cinco horas por dia, de segunda a sexta-feira e receberá uma bolsa de R$ 475 por mês. Poderão se inscrever alunos a partir do quinto semestre do curso. O estágio tem duração de um a dois anos e será feito nas áreas do banco que cuidam de recursos humanos, marketing, contabilidade e setor jurídico.
Carta
Na carta de Nova Iguaçu, entregue ao ministro, a UEE/RJ e os bolsistas do ProUni defendem o programa como uma política pública de inclusão social e a democratização do acesso à educação superior e fazem sugestões. Entre elas, os bolsistas pedem a criação de uma ouvidoria no Ministério da Educação; a vinculação da bolsa permanência ao valor do salário mínimo; normatização das atividades de monitoria, estágio e pesquisa; criação de equipes de atendimento aos alunos nas instituições de ensino superior.