Debate sobre a maconha é reprimido com cacetetes na UFMG
Um estudante foi preso e outros dois ficaram feridos na noite de nesta sexta-feira (4), durante um debate sobre legalização da maconha no Instituto de Geociências (IGC), no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme relatos, um tumult
Publicado 04/04/2008 21:02
Cerca de 50 alunos do curso participavam do ''filme-debate''. Os estudantes não teriam permitido a retirada do filme e teve início a confusão. A Polícia Militar foi chamada e os policiais impediram que os universitários deixassem a arena do IGC. Um aluno do 1º período – cujo nome não foi divulgado – tentou deixar o local e foi algemado, sendo preso sob a alegação de desacato à autoridade.
Estudantes tentaram impedir que os policiais deixassem o local com o detido. Alguns sentaram na frente da viatura e foi iniciado o confronto. Um aluno e uma universitária sofreram ferimentos leves e foram atendidos no Hospital de Pronto-Socorro João 23. O estudante preso foi levado para o Juizado Especial Criminal e Cível de Trânsito. Ele foi liberado no final da noite.
Num comunicado, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou que ''uma sessão de cinema foi impedida a cacetadas pela PM'', que foi ''convocada e autorizada a agir pela Reitoria''. O DCE solicitou retratação pública por parte da Reitoria e a abertura de um inquérito administrativo para punição dos responsáveis pela entrada da PM no campus.
Repúdio
Em nota assinada pela a vice-reitora e reitora em exercício da UFMG, Heloísa Starling, a Reitoria da universidade lamentou os fatos, ''inteiramente estranhos à civilidade que caracteriza o ambiente acadêmico''. A nota afirma que a instituição ''repudia qualquer ação de violência praticada; informa que não autorizou nem a presença nem a ação da Polícia Militar e esclarece que serão tomadas providências para apuração dos fatos e das responsabilidades''.
No comunicado, a reitora em exercício afirma que o reforço da segurança foi solicitado para garantir o cumprimento da deliberação da diretoria do IGC. Afirmou que depois ficou sabendo que a decisão não havia sido respeitada e ocorria um tumulto na unidade acadêmica, com a intervenção da PM. Disse ainda que entrou em contato com o Comando da PM para esclarecer o ocorrido e solicitou que o procurador-geral da universidade acompanhasse o registro policial do estudante detido. Um assessor da Reitoria acompanhou o atendimento dos estudantes feridos.
Fonte: Agência Estado