Vizinha ao Rio, Niterói contém epidemia de dengue investindo em saúde básica
Apenas 15 quilômetros separam o município de Niterói do Rio de Janeiro, mas quando o assunto é dengue, as duas cidades vivem realidades bem distintas. Enquanto o Rio chegou a 36,6 mil casos da doença, com 44 mortes, desde o início do ano, Niterói registro
Publicado 04/04/2008 19:40 | Editado 04/03/2020 17:05
Apesar da proximidade com o Rio, o prefeito de Niterói, Godofredo Pinto, afirmou, no dia 3, que não teme um agravamento no quadro de dengue em seu município. “Não tenho muito medo, porque o trabalho de prevenção foi feito com muita eficiência, embora ninguém esteja livre de fatos negativos”.
Godofredo atribui a diferença no quadro da doença às políticas de saúde adotadas nos dois municípios. Evitando criticar diretamente o prefeito César Maia, ele afirmou que o trabalho de prevenção no Rio não deve ter sido feito como deveria. “O fato concreto é que a prevenção não foi feita a contento, porque, se tivesse sido feita como em Niterói, não poderia ter uma epidemia”.
Para o prefeito de Niterói, o município não está registrando mortes por dengue devido ao investimento que é feito em programas de saúde básica, como o Médico de Família, que já tem 15 anos e foi implantado com a ajuda de médicos cubanos, ainda na década de 90.
O programa tem 102 equipes – compostas por um médico, um enfermeiro e um auxiliar de enfermagem – e atende 165 mil pessoas, de um total de 480 mil habitantes. Em média, cada família é visitada pelo menos uma vez por mês, quando são dadas instruções de prevenção a doenças e as pessoas passam por exames individuais em suas próprias casas. “O programa Médico de Família já tem anos e agora estamos colhendo os frutos de uma certa imunização na questão da dengue”.
Segundo Godofredo, o investimento em saúde responde por 24% do total do orçamento municipal, cerca de R$ 200 milhões por ano. “Isso explica porque a saúde em Niterói seja referência nacional e até internacional”.
Além do programa Médico de Família, o município conta ainda com o Centro de Controle de Zoonoses, que juntos garantem uma cobertura de 80% de todos os imóveis, ficando de fora apenas as casas de veraneio, que permanecem fechadas boa parte do ano.