Manifestação condena elevação da taxa de juros

Funcionários do Banco Central, em Fortaleza, realizaram manifestação ontem, 15/04, em frente à instituição, para protestar contra a perspectiva de elevação da taxa de juros Selic de 11,25%, ao ano, para 11,50%, — como vem sendo apregoado pelo mercado fina

Em estado de greve, os bancários estão cobrando também, os reajustes salariais acordados com a presidência da Instituição e pelo governo Federal, em outubro de 2007, mas até agora não cumpridos.


 


Para o presidente do Sindicado dos Servidores do Banco Central, Ricardo Araújo, elevar a taxa Selic neste momento, é medida, ´meramente especulativa, que irá beneficiar apenas o mercado financeiro e em nada irá interferir na meta inflacionária do País — de 4,5%, prevista para este ano. ´Nossos diretores têm origens no mercado (financeiro) e estão apenas atendendo apelos do mercado financeiro´, critica o sindicalista cearense.


 


Segundo ele, esse repique inflacionário verificado no País nos últimos meses, não é um comportamento isolado do Brasil, mas mundial, puxado pelo incremento na demanda de ´commodities´, sobretudo de grãos. Conforme argumentou, sem a inflação verificada em produtos como feijão, carne e leite, a inflação fecharia em torno de 2,7%, ao ano.


 


Já o diretor executivo do Sindicato, Luís Carlos Paes de Castro, avalia que, além de pouco influenciar na meta inflacionária, a elevação da taxa de juros agora, vai impactar na dívida pública e elevar o valor do Real, o que poderá prejudicar, ainda mais, as exportações. ´A elevação das taxas no Brasil vai atrair novos investidores estrangeiros, trazendo mais dólares para o País, reduzindo mais o preço da moeda americana e inibindo mais ainda, o mercado exportador´, explica Castro.


 


Para ambos, a alternativa no momento seria incrementar os investimentos no setor agropecuário, o que poderia elevar a produção e, conseqüentemente, a oferta de alimentos. ´O Brasil tem potencial para produzir muito mais do que produz hoje´, defende Castro. Para ele, ´elevar os juros agora, seria uma ducha de água fria na consolidação do crescimento econômico brasileiro´.


 


 


 
Fonte: Diário do Nordeste