MMX em Conceição: colunista aponta problemas que já vêm ocorrendo

O caso da instalação da mineradora MMX na região de Conceição do Mato Dentro começa a ganhar repercussão na imprensa de Minas. O colunista do jornal Hoje em Dia, Márcio Fagundes, lembrou, em nota publicada na segunda-feira (14), os problemas que já vêm

O poderio da mineração


A movimentação de trabalhadores em conseqüência da instalação da MMX Minas-Rio (AngloAmerican) na região de Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas e Dom Joaquim já produziu os primeiros resultados no censo demográfico: cerca de 120 jovens engravidaram de uns meses para cá. Os trabalhos ainda se encontram em fase de prospeção. No auge da atividade extrativista calcula-se que 6 mil homens trabalharão ali. Também a Vale do Rio Doce cravou na área as suas estacas. A região é uma das mais pobres do Estado, com escolaridade média de apenas três anos. Ou seja, não tem nenhuma qualificação técnica. A atividade empresarial por lá é de pequena monta. Cerca de 80% da população dos três municípios sobrevive com os recursos provenientes dos programas assistencialistas do Governo federal. As bolsas são seu único ganha-pão. Em Alvorada de Minas, onde se localiza parte da mina de minério de ferro, não existe supermercado, posto de combustível ou lojas de varejo. O pouco dinheiro que chega é do FPM e do Fome Zero. A população dos três municípios desconhece os efeitos predatórios da exploração do minério no meio ambiente, em empreendimento previsto para durar 33 anos. A água usada no mineroduto sairá do Rio do Peixe, afluente do Rio Santo Antônio que, por sua vez, é afluente do Rio Doce que, por sua vez, vai bater no meio do mar. Os especialistas em siderurgia apostam ainda que junto ao minério de ferro o Estado estará exportando ouro por meio de um porto no Rio de Janeiro. “O business da AngloAmerican sempre foi o ouro”, confirmou um deles.


 


 


Publicado no jorna Hoje em Dia (14/04/2008)