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Paraguai: setor agrário é desafio do próximo presidente

O cadastramento dos proprietários de terras, a divisão do território nacional em zonas de produção e a aprovação de uma lei que regulamente o uso de agrotóxicos no Paraguai estão entre os desafios do próximo presidente do país. Essa é a opinião de Luis Ag

De acordo com Aguayo, que também é dirigente do Movimento Campesino do Paraguai (MCP), um dos principais pontos de divergência dos camponeses com o governo do país é o trabalho dos grandes produtores de soja, especialmente a  transgênica.



“O cultivo da soja é [feito] praticamente [com] 100% de semente transgênica, [que precisa de] muito agrotóxico. Esse é o problema, porque há muitos produtores de soja que não respeitam minimamente as leis vigentes”, afirmou. Aguayo disse que a fumigação (ação de produzir fumaça ou vapor) de agrotóxicos acaba trazendo problemas para as propriedades familiares vizinhas, pois envenena a terra e pode matar a lavoura.



Apesar de a maior parte dos grandes produtores de soja no Paraguai hoje em dia ser de brasileiros, o Aguayo afirmou que nem sempre há conflito com os chamados brasiguaios, brasileiros que vivem ou somente trabalham no Paraguai. “Se os brasileiros são pequenos produtores, aí também se misturam culturalmente”, se referindo inclusive aos filhos dos brasiguaios, que já são paraguaios natos.



“Com os pequenos não há problemas, o problema está com os grandes, porque eles atropelam os direitos, destroem o meio ambiente, destroem tudo o que encontram no caminho e nem respeitam a vida da sociedade”.



Falta de informações



No que diz respeito a uma boa convivência com os paraguaios, o agricultor brasileiro Adelar Brik, que trabalha no município de Mbaracayú, no departamento (estado) do Alto Paraná, concorda com o dirigente. No entanto, apesar de admitir que a maior parte da soja plantada no país é transgênica (cerca de 79%, segundo ele), muitos produtores já estão optando pela soja convencional, inclusive pelo fato de o grão ser mais produtivo em alguns casos.



Além disso, Brik afirma que muitas vezes as reclamações sobre o uso de agrotóxicos com as sementes transgênicas estão relacionadas com a falta de informação dos dois lados, produtores e camponeses. Birk diz  ainda que “na soja convencional também se usam herbicidas”, que inclusive “podem ser mais prejudiciais ao meio ambiente do que o glifosate”, usado com as sementes geneticamente modificadas.



Atualmente, o Paraguai é o sexto maior produtor mundial do grão e o quarto maior exportador. Como o governo do Paraná tem dificultado o acesso da soja transgênica ao Porto de Paranaguá, segundo relatos dos produtores na região do Alto Paraná, a maior parte da produção é escoada em barcaças até Assunção, por Buenos Aires, na Argentina, e pelo Rio Grande do Sul.



Fonte: Agência Brasil