Petroleiros criticam mídia e defendem Haroldo Lima
Em nota divulgada nesta quarta-feira (16), dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticaram a manipulação da mídia sobre a menção do diretor geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo) ao campo de Carioca-Pão de Açúcar. “Nos solidarizamos co
Publicado 16/04/2008 21:58
Os petroleiros também expressaram na nota o motivo pelo qual a mídia teria manipulado a declaração do diretor da ANP. Segundo eles, a mídia mirou em Haroldo Lima por ele ser “um agente público desenvolvimentista” do governo, “um homem com passado honroso e uma ilibada trajetória política”.
O texto também defendeu que o país passa por seu “melhor momento democrático”, faz elogios a atual política energética do governo Lula e lembra os tempos difíceis da era tucana de Fernando Henrique Cardoso, quando se tentou privatizar a Petrobrás.
No entanto, os petroleiros defendem que o Brasil pode avançar mais. “Aproveitamos para conclamar a sociedade brasileira a exigir do governo Lula um amplo debate nacional sobre a temática energética e que crie as condições para que possamos recuperar as ações vendidas pelo tucano FHC”, conclui.
Leia abaixo o texto na íntegra.
Nota de apoio dos dirigentes da Federação Única dos Petroleiros
Nós, que integramos as organizações sindicais do sistema Petrobras, protagonistas de grandes jornadas de lutas em defesa dos interesses nacionais, sobretudo nessa estratégica atividade econômica, a energética, vimos a público nos manifestar sobre o episódio envolvendo o diretor geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o engenheiro eletricista Haroldo Lima.
Primeiramente, temos a dizer que, como agentes dos movimentos sociais atuais, pertencemos a uma geração que é filha e herdeira das lutas pela redemocratização da sociedade brasileira, nas quais vários lutadores do povo foram privados de liberdades, sofreram duras torturas e perderam a própria vida por essa causa.
Atualmente, desfrutamos o melhor momento democrático da história brasileira, não como obra do acaso, mas como resultante de todo um processo de luta do nosso povo. E Haroldo Lima é um desses brasileiros que lutou tenazmente, e que, nos dias atuais, mantêm-se nas trincheiras em defesa dos interesses do Brasil. Portanto, é um homem com passado honroso e uma ilibada trajetória política.
Os meios de comunicação no país tentam, através de um repasse feito pelo diretor da ANP de uma notícia publicada em uma revista especializada estrangeira, esconder e minimizar as realizações do atual governo no setor energético, sobretudo, o petrolífero, no qual as recentes descobertas fronteiriças projetam o país a um elevado patamar de destaque frente às demais nações. Desde a sua criação, a Petrobras descobriu em torno de 25 bilhões de barris, e, destes, mais da metade foram a partir de 2003.
A essência desse episódio está ligada aos vultosos interesses econômicos das multinacionais que atuam nessa atividade, e que tinham no governo Fernando Henrique um fiel depositário de seus projetos. Este, inclusive, chegou a alterar a legislação petrolífera, só não privatizando a Petrobras em função das reações da sociedade brasileira.
As informações e opiniões do diretor Haroldo Lima, como as publicadas na revista Isto É, número 2004, de 28 de março de 2008, vem oportunizando ao país enxergar a urgente necessidade de atualizarmos a regulamentação da atividade petrolífera no Brasil. Suas informações quanto às limitações de conhecimento sobre as nossas 29 bacias sedimentares, o novo patamar do preço do barril de petróleo, as taxas dos royalties e sua distribuição, as novas descobertas e a diminuição dos riscos exploratórios decorrentes destas, sobre o necessário novo marco regulatório para o setor, revelam e potencializam as convicções das organizações que sempre lutaram contra os representantes dos interesses forâneos em nosso país.
Dessa forma nos solidarizamos ao diretor geral Haroldo Lima por compreender que o debate proposto pela grande mídia nacional tenta se estabelecer pela aparência dos fatos, e para isso ataca um agente público desenvolvimentista, impedindo que a sociedade brasileira conheça a essência do acontecimento.
Aproveitamos para conclamar a sociedade brasileira a exigir do governo Lula para que este promova um amplo debate nacional sobre a temática energética e que crie as condições para que possamos recuperar as ações vendidas pelo tucano FHC aos especuladores internacionais, fortalecendo um instrumento indispensável para uma política energética nacional e soberana, a estatal Petrobras.
Rio de Janeiro, 16 de abril de 2008.
Assinam os dirigentes da FUP:
Aldemir de Carvalho Caetano
Alexandre Gomes Alves
André Martins
Daniel Samarate
José Divanilton Pereira e Paulo Neves Júnior
Fonte: FUP