Lobão debate com parlamentares centralização da gestão na Eletrobrás
A proposta de centralização da gestão numa única diretoria da Eletrobrás das cinco companhias energéticas federalizadas na região Norte e Nordeste será o principal tema da audiência desta terça (22), às 18h, no Ministério das Minas e Energia, com o minist
Publicado 22/04/2008 11:14 | Editado 04/03/2020 16:13
Para a deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que sugeriu a audiência ampliada com todos os parlamentares da região, durante os debates realizados na Câmara ficou claro que as argumentações da Eletrobrás são frágeis.
“Os problemas de gestão podem perfeitamente serem resolvidos no âmbito das empresas. O que se necessita é de maiores investimentos para que as companhias possam ser rentáveis, pois os R$ 22,5 bilhões investidos pela Eletrobrás não visaram a recuperação das empresas, mas a preparação delas para a privatização”, argumentou a deputada.
Sob o argumento de que as companhias são deficitárias, o que provoca prejuízos à Eletrobrás de R$ 1 bilhão ao ano, a empresa comunicou que deu início aos estudos que vão permitir centralizar a gestão das seguintes distribuidoras. Eletromazon (resultado da fusão da Manaus Energia e Ceam), Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Companhia Energética do Piauí (Cepisa) e Companhia Energética de Alagoas (Ceal).
Num documento que será entregue ao ministro Edson Lobão, os parlamentares alegam que diferente das geradoras e da própria Eletrobrás, as distribuidoras federalizadas possuem uma relação direta com os seus consumidores o que exige tomada de decisão rápida e busca de soluções imediatas para os problemas.
“As Regiões Norte e Nordeste são as mais esquecidas do país. Implementar políticas de desenvolvimento a partir de gabinetes instalados no Rio de Janeiro ou em Brasília é, no mínimo, inaceitável”, descreve o documento.
Sobre a dependência “crônica” de recursos da Eletrobrás para garantir prestação de serviço, o documento relata que balanços contábeis de algumas dessas empresas “vêm dando sinais de recuperação, passando de empresas com déficit operacional de caixa, para posição diretamente oposta, inclusive com ousados investimentos na região”.
Para resolver os problemas deficitários, os parlamentares propõem: pesados investimentos a serem custeados pela Eletrobrás, como qualquer gestor pode avalizar; e a retirada das empresas do Plano Nacional de Desestatização (PND), “como forma de dar maior confiança as mesmas e permitir que possam ir ao mercado pleitear recursos para sua gestão”.
De Brasília
Iram Alfaia