Lôbo propõe discussão sobre questão indígena
Saúde e a sustentabilidade dos povos indígenas são temas que a Comissão de Assuntos Índígenas da Assembléia Legislativa vai debater, em audiência pública, com os vários órgãos envolvidos com a questão indíg
Publicado 22/04/2008 14:22 | Editado 04/03/2020 16:13
Diante desse quadro caótico, José Lobo disse que não há o que comemorar no próximo dia 19 de abril, Dia do Índio. Segundo o deputado, a calha do rio Negro, precisamente no município de Barcelos, Santa Isabel e São Gabriel da Cachoeira, assim como no rio Madeira, próximo de Humaitá, os indígenas passam pelo mesmo problema que é a falta de assistência. “A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) culpa as Organizações Não Governamentais (ONGs), que prestam serviço nas áreas indígenas, pelo atraso no repasse dos recursos financeiros. Enquanto isso, crianças e adultos indígenas continuam sem assistência das ações básicas de saúde”, disse.
Nestes 12 meses que se encontra à frente da Comissão de Assuntos Indígenas da Assembléia Legislativa, Lobo disse ter chegado à conclusão de que a questão maior é que o governo federal tem que liberar recursos a fim de que a Funasa possa contratar mais técnicos para atuar nos distritos de saúde existentes nas comunidades indígenas. Na opinião do deputado, a fundação deveria gerir os próprios recursos ou então que tivesse a participação direta de funcionários da fundação dentro das ONGs, nas comunidades. “Para evitar o que está acontecendo em São Gabriel da Cachoeira, com os índios da etnia tucano, dessana e ianomâmi que estão desassistidos pela falta de repasses há quatro meses”, comentou.
De acordo com Lobo, em Santa Isabel do Rio Negro, 90% da população é indígena ou descendente e tem muita dificuldade na área de saúde, logística e sustentabilidade econômica. “Em linhas gerais, hoje os povos indígenas vivem à mercê do pouco que ainda resta da floresta amazônica, porque não tem nenhuma atividade que o governo tenha criado com a finalidade de trabalhar a sustentabilidade desses povos, que acabam migrando para as sedes dos municípios ou para Manaus em busca de atividades econômicas, mas terminam por enfrentar o desemprego e as invasão de terras.
De Manaus
Jerson Aranha