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EUA e Israel criam factóide nuclear contra Síria

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por meio de seu diretor Mohamed el Baradei, criticou nesta sexta-feira (25) os Estados Unidos e Israel por não terem concedido nenhuma informação sobre uma suposta instalação nuclear na Síria, que teri

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por meio de seu diretor Mohamed el Baradei, criticou nesta sexta-feira (25) os Estados Unidos e Israel por não terem concedido nenhuma informação sobre uma suposta instalação nuclear na Síria, que teria sido bombardeada em setembro de 2007 pela aviação israelense.



“O diretor-geral deplora o fato de que esta informação não foi entregue à agência a tempo, de acordo com suas responsabilidades sob o TNP (Tratado de Não-Proliferação Nuclear) para verificar sua veracidade e estabelecer os fatos”, afirmou a AIEA em comunicado.



A agência de espionagem americana (CIA) apresentou na quinta-feira ao Congresso americano papéis, fotografias e um vídeo que supostamente demonstram, de acordo com Washington, que a Síria construía um reator nuclear. Segundo a CIA, a Síria teria recorrido à República Democrática Popular (RPDC) para construir a instalação.



El Baradei considerou nesta sexta-feira que “o uso unilateral da força por parte de Israel solapa o processo estabelecido de verificação que se encontra no coração do regime de não-proliferação”.



A nota emitida nesta sexta-feira em Viena diz que a AIEA foi informada apenas ontem pelas autoridades dos Estados Unidos da suposta construção de um reator nuclear na Síria. “Segundo este relatório, o reator ainda não era operacional e não havia recebido material nuclear”, destaca o comunicado da Agência.



Em nota divulgada ainda ontem, o governo sírio rebateu as alegações dos EUA, afirmando que a administração Bush pretende desorientar o Congresso e a opinião pública internacional “a fim de justificar o ataque israelense em setembro de 2007, que a atual administração dos EUA pode ter ajudado a executar”.



Segundo a agência síria Sana, um dos integrantes do governo sírio que não quis se identificar, ficou admirado com a “campanha de difamação lançada pelo governo Bush contra a Síria sobre as suas supostas actividades nucleares”.



O funcionário sírio apontou que a divulgação desses papéis serve aos objetivos de Washington em relação às negociações que mantém com a RPDC sobre a questão nuclear na península coreana.



Para a fonte, aos EUA devem agir de maneira responsável e parar de “criar mais crises no Oriente Médio, que ainda sofre as conseqeências do fracasso das políticas americanas”.



O embaixador sírio em Washington, Imad Mustafa, já tinha rejeitado energicamente as acusações, e afirmou que, “se mostraram um vídeo, é preciso lembra que os EUA foram ao Conselho de Segurança da ONU (em Fevereiro de 2003) e expuseram provas e imagens de armas de destruição em massa no Iraque”, que com o decorrer dos anos se provaram infundadas e mentirosas.