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Manifestação exige fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza

Milhares de palestinos saíram às ruas nesta sexta-feira (25) na Faixa de Gaza em uma manifestação que exigiu o fim do bloqueio israelense à região, em um protesto convocado ontem pelo Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas.

Carregando bandeiras palestinas e do Hamas, os manifestantes se dirigiram para a passagem de Erez, na fronteira com Israel, no norte, e para Rafá, no limite com o Egito, no sul, para protestar contra dez meses de cerco israelense que atiraram a região em um desastre humanitário sem precedentes na história da ocupação Israelense.



Os manifestantes cantaram slogans contra os ocupantes e contra o bloqueio, iniciado em junho de 2007, após o Hamas tomar o controle da região em um conflito interno com a organização al-Fatá.



Os organizadores impediram que os manifestantes se aproximassem da passagem de Erez, para evitar que fossem atacados pelo Exército israelense.



O protesto percorreu a estrada Saladino, que une a faixa de norte a sul, um dia após a Agência da ONU para o Auxílio aos Refugiados Palestinos (UNRWA) anunciar a suspensão da ajuda humanitária a mais da metade da população de Gaza devido à falta de gasolina causada pelo cerco israelense.


O Executivo do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, aprovou em outubro a redução parcial do envio de gasolina e de eletricidade, após declarar a região uma “entidade inimiga”.



Há dois dias, após as advertências de que a única central elétrica de Gaza deixaria de operar por falta de combustível, Israel aceitou permitir o envio de somente um milhão de litros de combustível, suficientes para a central funcionar até o fim deste sábado (26).



Manifestações maiores, convocadas por grupos palestinos distintos no ano de 2008, mobilizaram quase a totalidade da população cercada na Faixa, cerca de 500 mil pessoas.



Os palestinos da Faixa de Gaza recorreram a várias formas para denunciar o bloqueio genocida israelense, como a marcha de 30 ovelhas, 16 camêlos e dez burros que percorreu no início de março as ruas da região ocupada até os escritórios da ONU.


 



Três semanas depois, o Comitê Popular para Romper o Cerco a Gaza – um grupo popular e não partidário criado em outubro passado – apresentou um “cemitério de empresas” em pleno centro da Cidade de Gaza.



Mais de 97% das empresas de Gaza, ou seja, 3.900 companhias, fecharam desde junho, pois Israel só permite a entrada em Gaza de cinco tipos de produtos básicos e proíbe qualquer exportação a partir da Faixa, de acordo com informações reveladas pelo fundador e diretor do Comitê, o deputado independente Jamal al-Khudary.