Os temas que interessam o Congresso da Conam

Os temas indicam a pauta de preocupações da Conam: regularização fundiária, habitação, saneamento básico, trânsito, transporte e mobilidade urbana, fortalecimento do SUS, educação para todos, cultura, democratização dos meios de comunicação, esporte, lazer e cultura, geração de emprego e renda, direito à energia, políticas públicas para mulheres, meio ambiente e campanha contra os despejos. A maior entidade confederada de movimentos comunitários brasileiros enxerga o seu congresso como uma oportunidade de quebrar a fragmentação do trabalho em cada bairro, cidade ou estado.
No grupo que debateu democratização da mídia, a preocupação dominante foi com a repressão e perseguição às rádios comunitárias. O tratamento dessas rádios como um caso de polícia, que continua no governo Lula, provocou intervenções indignadas. Uma delegada de Floriano (PI) recordou as muitas feijoadas, galinhadas e Maria Isabel (arroz com carne seca, prato da culinária sertaneja) que a comunidade promoveu para coletar os recursos necessários à rádio.

Três jornalistas convidados abriram o debate: Taís Brito, do Coletivo Intervozes, Bernardo Joffily, editor do portal Vermelho e Jonicael Cedraz, coordenador na Bahia do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Eles introduziram no grupo temático elementos como a visão da comunicação enquanto direito humano, e não mercadoria, o modo como se dá e se renova concessões públicas de rádio e TV, ou o papel que a internet está destinada a jogar na comunicação dos movimentos sociais.

Fundada em 1982 e congregando mais de 550 entidades municipais, a Conam inclui ativistas comunitários das mais diferentes filiações partidárias, assim como muitos independentes. Mesmo assim, seus debates não costumam mostrar a mesma polarização “tendencista” que marca outros movimentos sociais. As direções da entidade, que expressam essa pluralidade, têm sido eleitas em processos com chapa única.

De Lauro de Freitas,
Bernardo Joffily