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Denúncias “infernizam” semana de quatro políticos

A semana foi difícil para alguns personagens da cena política nacional. Uma escalada de denúncias mudou a rotina de parlamentares em apenas sete dias. Os atores já são conhecidos – Paulinho da Força (PDT-SP), Anthony Garotinho (PMDB-RJ), Álvaro Lins (PMDB

No caso do senador Gim Argello  a denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Ministério Público Federal  poderá conter sua ascensão nas rodas do Poder. Desde que assumiu o mandato, no lugar do então senador Joaquim Roriz (PMDB), que renunciou depois que foi pego em conversas telefônicas autorizadas pela Justiça, negociando a divisão de um cheque de R$ 2,4 milhões emitido pelo empresário Nenê Constantino. De lá para cá, Gim vinha tentando se integrar ao cenário do Senado Federal bem no seu jeito bonachão. Sempre que podia  alardeava a sua amizade com o atual ministro das Relações Institucionais, José Múcio (PTB-PE), tornou-se rapidamente vice-líder do governo e como sempre fez em sua vida política tenta ficar próximo do Poder.


 


A denúncia de peculato, lavagem de dinheiro entre outros crimes que podem ter sido praticados pelo mais novo senador do  DF, cai como uma bomba no Senado e em todo o trabalho que Gim vinha fazendo nos bastidores políticos, até certo ponto causando constrangimento àqueles que já se diziam aliados  de Jorge Argello, seu nome de batismo.


 


Paulinho: denúncia no STF


 


Dos quatro, quem está há mais de 15 dias tentando se defender é o deputado  federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP). O STF instaurou inquérito para investigar o suposto envolvimento do parlamentar paulista em esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).



O inquérito 2.725, de acordo com a assessoria de imprensa do STF, foi aberto na quarta-feira (28), a pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O advogado do deputado, contudo, disse que a ligação que seu cliente recebeu do presidiário Wilson Consani foi para avisar acerca de uma ação de adversários políticos e não a respeito da operação da Polícia Federal. A defesa reafirmou também que Paulinho nunca recebeu dinheiro desviado do BNDES.



O caso começou a ser investigado pela Polícia Federal no curso da operação Santa Tereza. O Ministério Público Federal recorreu ao Supremo porque, por sua condição de deputado federal, Paulinho só pode ser investigado com autorização do STF. Segundo informa o STF, até o momento não houve nenhum despacho ou autorização de diligências por parte da relatora do inquérito, ministra Ellen Gracie.



Garotinho e Álvaro Lins



No Rio de Janeiro, os políticos alvos das denúncias são o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) e o deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil na gestão de Garotinho Álvaro Lins dos Santos (PMDB-RJ). Seus nomes vieram à tona após a Polícia Federal deflagarar a chamada Operação Segurança Pública S/A, que teve por objetivo desarticular uma quadrilha que atuava na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro durante a gestão de Garotinho. A PF deflagrou a operação para prender preventivamente sete policiais civis e realizar busca e apreensão em 15 endereços. Ao todo, 16 pessoas foram denunciadas, entre elas o ex-governador, por formação de quadrilha armada. Os policiais entraram em sua casa, em Laranjeiras, zona sul do Rio, nesta quinta-feira, 29, para cumprir um dos mandados de busca. 


 


Álvaro Lins foi preso em flagrante, denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva. A prisão do deputado só foi possível em razão do flagrante delito, pois a imunidade parlamentar não permite a decretação de sua prisão preventiva. Mas a Assembléia Legislativa do Rio reuniu sua Comissão de Constituição e Justiça e, por seis votos a um, aprovou um projeto de resolução que considera inconstitucional a prisão do deputado.


 


O projeto precisa ainda passar por aprovação em plenário para ser encaminhado à Justiça Federal. Na votação, prevista para às 15h de hoje, será necessário que pelo menos 36 dos 70 parlamentares aprovem a resolução. Caso contrário, Álvaro Lins continuará preso.


 


O ex-governador Anthony Garotinho está indignado com as acusações. No programa apresentado por ele na rádio Manchete, ele disse que nunca utilizou arma e se considera vítima de uma perseguição política. “Eu nunca peguei em um revólver para dar tiro na minha vida. As pessoas que me conhecem sabem que a única arma que uso é a Bíblia. Em cada quarto que eles (agentes federais) chegavam, encontravam uma Bíblia. Eles queriam encontrar uma arma. Foi a primeira coisa que perguntaram”, disse.


 


Garotinho disse ainda que os policiais levaram, da casa onde mora, no bairro de Laranjeiras, na zona sul do Rio, dois envelopes com fotos da família, uma conta de gás, escala de seus funcionários e a agenda do motorista, entre outros papéis não especificados. “Eu tenho absoluta certeza de quem e o que está por trás disso para prejudicar minha imagem. Estou absolutamente tranqüilo e sereno. Não revidarei o mal com o mal”, afirmou.


 


Da redação,
com agências