Unidos por Tarauacá

Segundo o fundador do PCdoB em Tarauacá, Chagas Batista, a situação política do país e do Estado é favorável e o município precisa acompanhar esse ritmo para se desenvolver. Logo, o momento é propício para a disputa da prefeitura nas próximas eleições

Depois de um período de desavenças políticas, que fez com que a aliança se rachasse no município de Tarauacá – o que culminou com a vitória do candidato da oposição à prefeitura, Vando Torquato (PP) –, os dois maiores partidos da Frente Popular (PT e PC do B) decidiram que era hora de amadurecer e selar as pazes.
Um novo pacto, amadurecido e pautado pela unidade entre os diferentes tipos de pensamento, foi selado na última segunda-feira entre as lideranças dos dois partidos, inclusive com a participação do governador Binho Marques.

Segundo o fundador do PC do B em Tarauacá, Chagas Batista, a situação política do país e do Estado é favorável e o município precisa acompanhar esse ritmo para se desenvolver. Logo, o momento é propício para a disputa da prefeitura nas próximas eleições.

“Somos uma geração vencedora. Tarauacá sempre foi um pólo de resistência, desde a ditadura militar. O Lula nunca perdeu eleição lá. Somos um povo progressista, avançado, mas ainda não conseguimos resolver os graves problemas econômicos e sociais. Então, a política ainda está devendo ao povo de Tarauacá”, acredita Batista.

Vereador por três mandatos seguidos, ele próprio é um dos nomes cogitados para a disputa do cargo, pelo partido comunista, juntamente com Jasoni Silva, ex-prefeito pelo PT, além de outro nome a ser destacado pelo PSDB. Chagas Batista ajudou a fundar o PC do B em 1985 e a Frente Popular, em 1990. Foi candidato a prefeito, em 2004, mas por uma diferença de três pontos percentuais perdeu o pleito para Torquato.

“Mas meu nome ainda está em discussão, assim como os outros. Tudo sem imposições, sem brigas, sem vaidade”, garante Chagas. “A visão da unidade dentro da chapa é fundamental e necessária para colocar Tarauacá nesse momento politicamente bom que estamos vivendo, independente de quem for disputar a eleição”. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Segunda maior aliança do Estado


“Estamos construindo um arco de alianças que não tenho dúvida: vai ser a segunda maior aliança política do Acre. Depois de Rio Branco, em termos de aliança, e de partidos, vai ser Tarauacá. Nós já reunimos recentemente 11 siglas – PT, PC do B, PSB, PDT, PSDB, PV, PT do B, PR, PTB, PTN e PPS. E esses partidos selaram um pacto pela unidade em defesa de um projeto alternativo para a nossa cidade. Lançamos uma palavra de ordem, inclusive, que é ‘União por Tarauacá’, que vem sendo trabalhada há muito tempo em busca de uma ação integrada no município, em parceria com os governos estadual e federal. É a união para recuperar o tempo perdido”.


Indicadores sociais de Tarauacá


“Tarauacá está entre os municípios do Acre com os piores indicadores sociais, necessitando com urgência de melhor qualidade nos serviços públicos de educação e saúde. Precisamos de investimentos em políticas de fortalecimento da economia do município para gerar oportunidades de trabalho e renda, reforma e infra-estrutura urbana, saneamento, moradia decente, preservação do meio ambiente, gestão adequada do lixo e combate a corrupção. Programar ações para valorização da cultura, do esporte e lazer da juventude, da terceira idade e das minorias. O Fórum Econômico e Social será um instrumento de unidade, democracia e empoderamento popular. Um ponto de partida para formar um programa de governo com a participação da comunidade”.


Como superar essa deficiência

“É preciso saber quais são as principais necessidades e sugestões para superar as desigualdades econômicas e sociais do nosso município. Assim, devemos percorrer cada bairro e comunidades rurais, expondo idéias e agregando as opiniões da população. Tarauacá, apesar de ser uma terra fecunda e propícia para agricultura, um potencial extrativista e recursos naturais invejáveis, de ter um povo trabalhador e uma juventude ávida por oportunidades de trabalho, sustenta os piores indicadores sociais do Acre e do Brasil. Essa contradição só pode ser superada com um projeto ousado de obras, investimentos em políticas sociais e apoio a produção”.


Instrumentos necessários

“Seguramente, o instrumento mais importante para abrir esse caminho é a união dos taraucaenses. Esse entendimento deve ser também dos partidos políticos e de todos interessados nesse adjunto. É preciso, nesse momento que se avizinha o processo eleitoral, muita generosidade e humildade, separar interesses pessoais, vaidades e a arrogância. Os problemas de divergências do passado entre o PC do B e o PT não vão impedir a nossa unidade, estão sendo superados com tranqüilidade. Esses problemas também aconteceram em Rio Branco, no passado. Esse projeto, para ser da sociedade, precisa ser conciliador nas diferenças de idéias.

Lamentavelmente, nele não cabe o atual prefeito, porque seu pensamento não se coaduna com o que a Frente Popular quer. As diferenças não são apenas de origem, mas fundamentalmente de objetivos e conteúdo ético”.