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Lugo: ''Não existe base militar norte-americana no Paraguai''

O presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, assegurou que não existe em seu país a denunciada base militar dos Estados Unidos. ''Eu nunca vi uma base militar no Paraguai'', afirmou Lugo, durante visita à Bolívia, prometendo que quando tomar posse abri

''Quando assumirmos o governo, e, 15 de agosto, vamos abrir o país todo a qualquer tipo de investigação, a jornalistas e pesquisadores, para que se possa  desmistificar devidamente essa afirmação de que existam bases militares norte-americanas no Paraguai'', afirmou Lugo em La Paz, depois de se reunir com o presidente da Bolívia, Evo Morales.

Perguntado por jornalistas sobre a suposta presença militar dos EUA no povoado General Estigarribia, província de Boquerón, no noroeste do Paraguai, o presidente eleito foi taxcativo: ''Falou-se muito [sobre o tema], mas eu nunca vi uma base militar no Paraguai'', afirmou.

''Queremos abrir as fronteiras, para que quem deseje vá a General Estigarribia ver o que existe. Possivelmente [quem for] ficará surpreso: não há nenhuma base militar neste momento'', disse Lugo, um ex-bispo católico que venceu as eleições presidenciais de abril à frente de uma aliança de centro-esquerda.

''O que existe, sim, é parte do exército norte-americano que faz ações humanitárias, e também exercícios militares'', admitiu Lugo. ''Mas nós, paraguaios, negamos que haja uma base militar que possa operar a partir do Paraguai e agir nos países vizinhos do continente, agregou.

A presença de militares dos EUA no noroeste do Paraguai tem gerado temores e protestos de setores antiimperialistas latino-americanos, que a enxergam como um perigo para a paz no Cone Sul. Denúncias afirmam existir em General Estigarribia uma pista de pouso construída pelo Pentágono e mais extensa que a do Aeroporto de Assunção. A base dos EUA que comprovadamente existe no continente é a de Manta, no litoral do Equador, mas por decisão do governo equatoriano ela deixará de existir no ano que vem, quando expirar o prazo do acordo que a permitiu.

O presidente eleito do Paraguai realizou uma visita de dois dias à Bolívia, onde participou do 73º aniversário do fim da Guerra do Chaco. O conflito motivado por uma disputa territorial, entre 1932 e 1935, custou 40 mil vidas ao Paraguai e 55 mil à Bolívia, com efeitos desastrosos para ambos os países. Foi a única guerra entre Estados sul-americanos ao longo do século 20.

Da redação, com agências