Classistas denunciam diretoria do Sindmetal
No último dia 10, ocorreu a inscrição das chapas que desejam participar da disputa pela nova direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal). Com o nome “Oposição Classista”, a chapa de oposição a atual diretoria da entidade recebeu divers
Publicado 18/06/2008 17:46 | Editado 04/03/2020 16:59
Oficialmente dentro da corrida pela direção do Sindmetal, a “Oposição Classista” começa a sua campanha e distribui, na porta das fábricas, um segundo informativo que deixa os metalúrgicos por dentro das ações lesivas da atual diretoria do sindicato. Entre elas a existência de uma espécie de caixa dois.
Membros da “Oposição Classista”, ligados a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e ao movimento intersindical, foram até a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) buscar documentos que comprovam a existência de acordos prejudiciais aos metalúrgicos. Na ocasião, descobriram um outro documento que mostra a existência de uma conta bancária paralela, aberta em nome da ONG “Instituto de Saúde do Trabalhador Metalúrgico”, onde algumas empresas depositam a taxa assistencial e a contribuição sindical recolhidas dos salários dos trabalhadores.
“Nós havíamos percebido uma queda na receita do sindicato e resolvemos investigar”, conta um dos membros da chapa de oposição, Josiel Galvão. O texto revelou um conchavo entre parte da atual diretoria do Sindmetal e estas empresas, já que o sindicato possui conta própria.
Um reforço na campanha
É para combater esta e outras irregularidades da atual direção do Sindicato dos Metalúrgicos que a “Oposição Classista” se apresenta como uma opção de mudança aos trabalhadores da categoria. Filiados à CTB e ao movimento intersindical, os membros da chapa de oposição lutam por melhores salários e condições de exercer a profissão, além da redução na jornada de trabalho.
Membros da CTB de outros estados, como Bahia e Maranhão, estão chegando a Pernambuco para se unir aos companheiros e mostrar que a Corrente tem força para lutar pelos direitos do trabalhador, combatendo de frente o patronato.
No momento da composição da chapa, a “Oposição Classista” distribuiu um primeiro documento que relatava o rompimento com a atual diretoria do Sindmetal e os motivos dessa separação. Os que hoje compõem a “Oposição Classista” faziam parte da direção do sindicato, mas por conta de acordos firmados às escuras, com resultados que pouco (ou nada) contribuía para o bem-estar dos metalúrgicos, decidiram se separar.
Confira abaixo o conteúdo do novo informativo produzido pela “Oposição Classista”:
“Bronca pesada!
Acordos do atual presidente com o patronato prejudicam trabalhadores. Descoberta conta bancária paralela que desviava recursos do Sindicato.
Em nossa campanha pelo resgate da luta metalúrgica e em defesa das nossas conquistas, recebemos várias denúncias de irregularidades cometidas pelo atual presidente do sindicato com o apoio de alguns diretores. Na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) existem documentos que comprovam a existência de acordos que beneficiam essa gente e prejudicam a categoria.
São acordos às escondidas que não tiveram o respaldo da maioria da direção e nem a aprovação dos trabalhadores em assembléias.
Ministério Público investiga desvios
Para piorar a situação, ultimamente notamos uma queda na receita do Sindicato. Novamente, a Delegacia do Trabalho apresentou documentos que revelaram a existência de um conchavo com empresas que passaram a depositar a taxa assistencial e as contribuições sindicais recolhidas dos salários para uma conta bancária paralela, que não é a do Sindicato, e sim de uma ONG (organização não governamental) registrada com o nome de “Instituto Social do Trabalhador”.
Diante disso, o Ministério Público de Pernambuco abriu investigação por apropriação indébita contra o atual presidente e parte da diretoria para saber porque a receita do Sindicato foi desviada para outra entidade.
Por isso, nós repetimos: Agora chega! Já é hora de tirar a ferrugem que está corroendo o nosso Sindicato. Os operários e trabalhadores da metalurgia precisam de um sindicato sério, comprometido com a luta por melhores salários, por mais conquistas trabalhistas e pela redução da jornada de trabalho.
Não adianta bater em ferro frio. Vamos mudar o Sindicato agora!
Até a vitória!”.
Do Recife,
Daniel Vilarouca