PCdoB paulistano debate condições para aliança com PT
A direção municipal do PCdoB de São Paulo se reuniu nesta quinta-feira, 19 de junho, para discutir o cenário político da disputa eleitoral para a prefeitura da cidade. Em razão de articulações nacionais e sensível ao desenho da disputa em São Paulo e d
Publicado 20/06/2008 14:52
A reunião foi aberta pela presidente do comitê municipal, Júlia Roland, que fez uma retrospectiva do processo de montagem do Bloco de Esquerda e da candidatura do deputado federal Aldo Rebelo à prefeitura, bem como dos últimos acontecimentos envolvendo um diálogo com o PT.
A reunião reafirmou a unidade do Bloco de Esquerda em torno de Aldo Rebelo e autorizou a executiva municipal a encabeçar as negociações, ao lado dos outros partidos que compõem o Bloco, junto ao PT municipal.
No debate, os dirigentes partidários ressaltaram a vitoriosa ação protagonizada pelo PCdoB e, particularmente, por Aldo Rebelo na constituição do Bloco de Esquerda, que representa um novo pólo no espectro político da cidade, que nos últimos anos tem vivido uma polarização entre PSDB e PT. Apresentar uma alternativa de esquerda para o povo paulistano, com um projeto político mais avançado, foi um dos fatores que coesionaram a aliança entre PCdoB, PSB, PRB e PDT.
Contudo, nos últimos quinze dias, uma série de movimentações políticas nacionais envolvendo a disputa no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em São Paulo abriram uma possibilidade de diálogo buscando uma aproximação entre o PT e o Bloco de Esquerda.
No caso de São Paulo, a candidatura do PT – que lidera as pesquisas de intenção de voto – não conseguiu até o momento aglutinar outros partidos e segue isolada na disputa. Uma aliança com o Bloco de Esquerda poderia conferir um caráter mais amplo à candidatura de Marta Suplicy e posicioná-la melhor na corrida à prefeitura.
O Bloco, em razão de articulações nacionais e sensível ao desenho da disputa em São Paulo e do apelo de unidade da base do governo feita pelo presidente Lula, iniciou um processo de diálogo com o PT municipal, no qual apresentou uma série de reivindicações para compor uma frente única na cidade.
Entre as reivindicações apresentadas está: a indicação de Aldo Rebelo para o cargo de vice-prefeito na chapa de Marta Suplicy, a participação do Bloco no comando de campanha e na construção do programa eleitoral da candidatura da frente, espaço no governo municipal, possibilidade de coligação na chapa proporcional para os partidos do Bloco que desejarem, entre outras.
A direção do PT municipal recebeu as exigências do Bloco e deverá se posicionar nos próximos dias. Nesta quinta e sexta-feira a Comissão Executiva Nacional do PT também está reunida para avaliar o quadro nacional de alianças do partido, com particular atenção para os desdobramentos em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.