Messias Pontes: Duas décadas de ilusão (II)
Há exatos 42 anos era criada a estatal Companhia Vale do Rio Doce, a maior mineradora do mundo. Com patrimônio avaliado em mais de R$ 100 bilhões, a Vale – controlava outras 30 empresas das áreas de mineração, navegação, portos, ferrovias, celulose,
Publicado 02/07/2008 12:20 | Editado 04/03/2020 16:36
Entre muitos, talvez tenha sido a doação da Vale o maior crime de lesa-pátria praticado pelos tucanos. Em artigos anteriores, já mostramos com detalhes o mar de lama da corrupção tucano-pefelista. Num outro país, certamente o Coisa Ruim estaria recolhido a uma prisão de segurança máxima onde deveria permanecer até os seus últimos dias, tal a traição aos interesses nacionais. Foi sem dúvida o maior traidor da história brasileira, sendo o Marechal Eurico Gaspar Dutra fichinha na frente dele.
Não foi sem razão que o general Felicíssimo Cardoso, tio do Coisa Ruim, declarou: “esse meu sobrinho não merece confiança”. Já o jurista e ex-membro da Comissão Especial de Investigação, Modesto Carvalhosa, afirmou com todas as letras: “… verifica-se que nesse governo (de FHC) a corrupção grassou de forma nunca antes vista”. É oportuno lembrar que a CEI, extinto pelo Coisa Ruim, foi criada pelo presidente Itamar Franco para investigar denúncias de corrupção no governo federal.
Por sua vez o jornalista Aloysio Biondi, morto em julho de 2000, sintetiza bem o tremendo mal causado ao País pelos neoliberais tucanos: “Em cinco ou seis anos, clones malditos dos intelectuais de ontem destruíram o que havia sido construído ao longo de décadas. Destruíram mais. Destruíram o sonho. A Alma Nacional”.
Há quem diga que o enfarto que matou Aloysio Biondi foi provocado pela tristeza de ver o enorme patrimônio do seu País, construído com tanto sacrifício do povo brasileiro ao longo de décadas, ser dilapidado criminosamente por quem deveria defendê-lo e, pior que isto, ver essa gente continuar na vida pública quando deveria estar na cadeia, em cela de segurança máxima, sem comunicação externa, fazendo companhia ao Fernandinho Beira Mar.
A história do desgoverno tucano (1995 a 2002) é marcada pela escandalosa traição nacional e pela mais desbragada corrupção. Um dossiê produzido pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, intitulado “Políticos cassados por corrupção eleitoral”, apontou o DEMO, o PMDB e o PSDB na liderança de partidos que tiveram mais políticos cassados a partir do ano 2000.
Desde então até setembro do ano passado, a Justiça Eleitoral cassou o mandato de nada menos de 623 políticos, sendo 58 tucanos, o que representa 17,1% do total, um desastre para quem foi formado tendo como esteio a moral e a ética. Os tucanos só perdem para os demos e peemedebistas. Vale ressaltar que o PT também tem a sua banda podre, pois ocupa a nona posição no ranking dos mais corruptos, num total de mais de 20 partidos políticos. Contudo ainda tramitam 1,1 mil processo relativos às eleições de 2006, podendo todos eles levar à cassação de mandatos.
Para falar de corrupção do desgoverno tucano, um jornal inteiro ainda é pouco. Mas quem quiser ter uma idéia da tragédia causada por essa gente – tem as exceções, é claro -, basta ler O Mapa da Corrupção no governo FHC, dos jornalistas Larissa Bortoni e Ronaldo de Moura; O Brasil privatizado – Um balanço do desmonte do Estado, e O Brasil privatizado – O assalto das privatizações continua, do jornalista Aloysio Biondi; e O Desmonte da Nação em Dados, de Ivo Lesbaupin e Adhemar Mineiro.
O PSDB está irremediavelmente desmoralizado, perdeu sua identidade e marcha para a sua extinção lenta, gradual e segura. O ideário inicial se esvaiu no tempo e no espaço numa espiral de fumaça. São duas décadas de ilusão!
Messias Pontes é jornalista