Gabinete de Transição encerra sem provocar mudanças
Pouco mais de um mês depois de criado, encerram-se as atividades do Gabinete de Transição do governo do Estado do Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (14). Na cerimônia de encerramento, no Palácio Piratini, foi lida a carta de compromisso que anunci
Publicado 16/07/2008 10:34 | Editado 04/03/2020 17:11
O Gabinete de Transição foi criado depois do afastamento do ex-chefe da Casa Civil Cezar Busatto, dos ex-secretários Delson Martini e Ariosto Culau e do ex-representante do governo em Brasília Marcelo Cavalcanti. Eles tiveram seus nomes envolvidos na fraude do Detran e nas supostas irregularidades do Banrisul.
O Gabinete, formado por cinco representantes da base aliada, teve o objetivo de promover uma ampla reestruturação da administração pública. No entanto, para o Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Celso Woyciechowski, a sua única função foi o de blindar a corrupção existente no Estado. Ele afirma que a medida quis acobertar o envolvimento de integrantes do governo nas fraudes do Detran.
“O próprio gabinete de Transição não teve função nenhuma, a não ser uma tentativa de rearticular o governo para se contrapor à CPI do Detran e ao processo de instalação da Assembléia Legislativa de averiguação das corrupções existentes no governo do Estado. Um gabinete que pensaria uma nova formatação em defesa da ética e da transparência, no mínimo, tinha que ter a participação social e o que não houve”, diz.
Já o deputado estadual Raul Pont (PT) afirma que o combate à corrupção é uma medida fora de época. Para ele, a governadora tinha que ter se preocupado com a transparência do governo quando iniciou o seu mandato.
“Essa chamada transição não significa, do nosso ponto de vista, nenhuma mudança significativa de rumo do governo, que era o que seria necessário. Não há por parte da governadora nenhuma mudança de rumo de um governo que marcadamente está fazendo política anti-popular, de corte de gastos de serviços públicos essenciais”, diz.
Na cerimônia, foram assinados dois decreto, um que funda o Gabinete de Transparência, Prevenção e Combate à Corrupção, e outro que institui a Comissão de Ética Pública, o Código de Conduta da Alta Administração e o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo. Também foi assinado ofício de encaminhamento à Assembléia Legislativa de projeto de lei para a criação da Secretaria da Transparência, Prevenção e Combate à Corrupção.
Paula Cassandra – Agencia Chasque