Maria da Penha cobra retratação do Faustão
Fausto Silva disse, no programa do último domingo, que Maria da Penha, “de tanto apanhar ficou paraplégica”. “Não gostei de terem mudado minha história”, rebate a cearense, que ficou paraplégica após receber um tiro, numa das tentativas de homicídio prati
Publicado 23/07/2008 11:36 | Editado 04/03/2020 16:36
A cearense Maria da Penha Maia Fernandes, 63, que deu nome à lei que pune a violência contra a mulher, quer que o apresentador Fausto Silva, da Rede Globo, faça uma retratação sobre um comentário feito por ele na edição do último domingo, dia 20, no programa Domingão do Faustão. O apresentador disse, no ar, que ela “de tanto apanhar ficou paraplégica”.
“Não gostei de terem mudado minha história. Em 15 minutos, minha trajetória de vida foi desconstruída. É necessário que o programa se retrate. Eu acho que o programa vai fazer isso. Eu liguei para a Globo e eles disseram que estavam cientes do que havia ocorrido e que uma pessoa iria entrar em contato comigo”, afirma. Se não houver a retratação, Maria da Penha disse que não sabe ainda o que vai fazer. A possibilidade de entrar ou não com um processo judicial contra a emissora ainda não foi definida, diferentemente do que foi divulgado ontem, em portais de notícias.
De acordo com Maria da Penha, uma equipe de reportagem gravou uma entrevista com ela na última quinta-feira, dia 17, em Fortaleza. O objetivo era o de dar sua opinião sobre a história de um personagem da novela da oito, A Favorita, que costuma espancar a mulher. O material, contudo, não foi ao ar. “Fiquei até com vergonha, pois havia dito a umas amigas que iria passar no programa, mas a minha participação não foi veiculada. Depois, elas me ligaram perguntado o que havia ocorrido comigo. Fiquei indignada pelo que ouvi”, relembra.
O marido de Maria da Penha, Marco Antonio Herredia Viveiros, professor universitário de Economia, foi condenado a seis anos de prisão por duas tentativas de homicídio. A primeira, com um tiro que a deixou paraplégica, e a segunda, por meio de choques elétricos. O agressor, preso em 2003, está em liberdade. Neste mês, Maria da Penha recebeu R$ 60 mil do Governo do Estado como indenização pela demora no julgamento do seu caso. (com agências)