Debate movimenta a disputa em Olinda

Para um primeiro debate entre prefeituráveis, faltando menos de um mês para as eleições municipais, o clima foi ameno. Renildo Calheiros e a candidata do PMDB, Jacilda Urquisa, se tornaram os principais alvos dos demais candidatos. O primeiro por ser o candidato da atual prefeita e a peemedebista por ter sido governante da cidade entre os anos de 1996 e 2000.

O comunista, apesar dos ataques dos outros postulantes, permaneceu calmo e mostrou segurança. Tanto nos momentos em que apresentou suas propostas, como nos instantes em que respondeu aos questionamentos dos outros candidatos. Calheiros ressaltou a sua ligação com o presidente Lula e o governador Eduardo Campos e os benefícios quem um bom relacionamento com este pode trazer para Olinda.

Enquanto isso, Jacilda Urquisa aparentou nervosismo quando foi citada como candidata de “ficha-suja”. A peemedebista ainda tem pendências com o Tribunal de Contas da União (TCU) por problemas na contas municipais da época em que era prefeita. Ela justificou o fato como “um erro formal na prestação de contas”.

André Luis Farias (ALF), do PDT, chegou a dizer que “há semelhanças nos discursos de Renildo Calheiros e Jacilda Urquisa”. Mas, o pedetista se uniu a Arlindo Siqueira (PTB) para falar de alianças com os governos Federal e Estadual. Siqueira, por sua vez, se fez valer do apoio que recebeu de Lula, em 1996, quando concorreu pela primeira vez à Prefeitura de Olinda.

O candidato do PSOL, Marcos Antônio, e do PRP, Gustavo Rosas, são os que apresentaram menos experiências em disputas políticas majoritárias. Marcos Antônio é um dos diretores do Sindicato dos Servidores Municipais de Olinda (Sismo) e, diante disso, tentou criar certo desconforto entre Luciana Santos e os servidores municipais. Segundo ele, a governante “vem perseguindo os funcionários da Prefeitura”. Já Rosas, em vários momentos do debate, teve de ler suas perguntas e respostas.

Todos os prefeituráveis reconheceram as limitações econômicas de Olinda, principalmente na arrecadação de tributos. Como o município tem uma densidade demográfica grande, é uma cidade essencialmente residencial e já chegou a se conhecida como “cidade dormitório”.

Renildo exaltou a garra de Luciana Santos em, mesmo com todos estes obstáculos, “ter feito muito mais por Olinda que qualquer outro governante”. E anunciou projetos, como a contratação de profissionais para a área de saúde e a revitalização da orla da cidade, que já tem recursos garantidos para o início dos trabalhos.

O programa, gravado nos estúdios da TV Clube (do grupo Diários Associados), durou quase duas horas e foi divido em quatro blocos. Teve a apresentação do jornalista Eduardo Bandeira e contou com a participação dos editores de Política, César Rocha, e de Vida Urbana, Tânia Passos, ambos do Diário de Pernambuco.

Do Recife,
Daniel Vilarouca