Ceará vive a maior epidemia de dengue hemorrágica da história

A falta de informação sobre os sintomas da doença leva o Ceará ao aumento de casos de dengue.

O Ceará vive a maior epidemia de dengue hemorrágica da história e o desconhecimento da população sobre os sintomas desse tipo da doença agrava ainda mais a situação. A avaliação é do médico consultor e pesquisador de dengue da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ivo Castelo Branco, que ministrou, ontem, palestra no “Curso de Atualização em Vigilância Epidemiológica e Acompanhamento dos Casos de Dengue Clássica e Hemorrágica”, realizado na Escola de Saúde Pública do Estado.


 


Segundo as afirmações do médico, a epidemia do tipo hemorrágico da doença é, de certa forma, mascarada pela falta de informações, porque muitas pessoas têm a dengue hemorrágica e acreditam ainda estar com a doença clássica.


 


Por isso, destaca Castelo Branco, é necessário alertar as pessoas para os sintomas. “Na dengue clássica, a febre passa e o paciente melhora logo, já no tipo mais grave, a febre passa, mas surgem dores intensas na barriga, desmaios, náuseas e vômitos intensos. Além disso, ocorre também uma suadeira, desconforto respiratório e fezes escuras”, diz.


 


Uma outra comprovação para a epidemia da dengue hemorrágica apresentada pelo médico é a quantidade de domicílios que não são vistoriados, seja porque os proprietários estão fora durante a visita dos agentes ou mesmo por abandono do local.


 


Atualmente, cerca de 10% das residências de Fortaleza ficam fora das ações contra a dengue. Conforme o médico, se somente 1% dos domicílios não fossem vistoriados já seria suficiente para causar uma epidemia. Segundo Ivo, esse dado já é motivo para que os cuidados com a doença sejam constantes na Capital e no Estado.


 


O consultor destacou que a dengue é um problema recorrente em todo o mundo e, segundo a Organização Mundial de Saúde, é uma doença em situação de expansão e que está descontrolada. “Este será um dos grandes problemas do milênio”, comenta.