Cota para negros em universidade é bem aceita, indica pesquisa

Em vigor há cinco anos, as cotas para alunos negros nas universidades públicas não acirraram nenhum tipo de relação social no ambiente acadêmico. Nas universidades nas quais existem ações afirmativas, 62% dos alunos aprovam a medida e acham que a unive

A avaliação foi divulgado, esta semana, pela Pontifica Universidade Católica (PUC) Rio no Monitoramento das Políticas de Ação Afirmativa. Cerca de 2,5 mil alunos de diversas etnias foram ouvidos em dez universidades públicas do país que adotam as cotas.



A maior parte dos alunos entrevistados avaliou como boa a relação entre os colegas oriundos de ações afirmativas (57,5%), com os outros alunos (60,4%), com professores (67%) e funcionários da escola (64,4%).



Racismo fora



As opiniões se dividiram quanto ao tratamento dado a negros e brancos na universidade. Cerca de 40% respondeu que às vezes existe tratamento diferenciado e outros 43,6% contaram que nunca ou quase nunca há desigualdade.
 


A divergência, no entanto, apareceu quando os alunos foram perguntados sobre as formas como negros e brancos são tratados na sociedade. A maior parte (46,7%) disse que sempre ou quase sempre há diferenciação e outros 47,6 % informaram que isso ocorre às vezes.



Para uma das coordenadoras da pesquisa, a antropóloga Elielma Machado, o monitoramento esclarece que os alunos percebem mais racismo fora do que dentro das faculdades.
 


“Eles tendem a ver mais (racismo) na sociedade que na faculdade. Em outras pesquisas também vimos que os casos mais comuns de racismo acontecem em comércio, shoppings ou mesmo na rua. Realmente, na universidade não aparecem tantas queixas de racismo” afirmou.



Cota nos Cefets



O governo federal estuda estender a política de reserva de cotas para estudantes negros às instituições públicas de ensino técnico-profissionalizante, como os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets). A questão está sendo discutida pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A informação foi dada, na última quarta-feira (24), pelo subsecretário de Políticas de Ações Afirmativas do órgão, Giovanni Harvey, ao participar de debate sobre a democratização do acesso ao ensino superior na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).



De Brasília
Com informações da SEPPIR