Propostas para Salvador marcaram debate na TV entre candidatos

Os candidatos a prefeito de Salvador participaram de mais um debate na noite deste domingo (28/9). Faltando uma semana  para a eleição, ACM Neto (DEM), Antonio Imbassahy (PSDB), Hilton Coelho (Psol), João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro (PT) aprove

O debate começou com cada candidato se apresentando à população. Pinheiro, o primeiro a falar, reafirmou o compromisso de organizar a cidade e fazer uma administração forte, que aglutine forças para pensar e projetar Salvador para o futuro. O candidato ressaltou também a possibilidade de buscar parcerias com os governos Wagner e Lula para trazer novos recursos para a cidade. João Henrique falou dos avanços do seu governo, enquanto ACM Neto insistiu no discurso do fazer diferente. Imbassahy apontou a sua experiência como diferencial e Hilton Coelho afirmou ser um único candidato com projetos novos.


 


Ainda no primeiro bloco, cinco jornalistas convidados – Armando Mariani (Rádio Sociedade), Cristina Miranda (Record), Levi Vasconcelos (A Tarde), Luís Augusto Gomes (Tribuna da Bahia) e Osvaldo Lyra (Correio da Bahia) – puderam fazer perguntas aos candidatos. Ao responder o questionamento do jornalista Levi Vasconcelos sobre a relação com o PMDB, na disputa do 2º turno com um candidato diferente de João Henrique, Pinheiro afirmou que não vê problemas em uma possível aliança com o PMDB, pois o que está ocorrendo é um embate político entre os dois candidatos. “Não faço uso de adjetivo contra nenhum candidato. Não fiz ataques pessoais desde o início da campanha, não chamei ninguém de traidor nem de mau-caráter”, disse Pinheiro, justificando a sua situação confortável para buscar o apoio do PMDB, partido da base política de Lula e Wagner.


 


Expectativas frustradas


 


A expectativa era muito grande para o quarto debate entre os cinco candidatos a prefeito da capital baiana. Afinal, o encontro aconteceu um dia após a divulgação da pesquisa  Datafolha, que apontou o empate técnico na primeira colocação entre os candidatos ACM Neto, João Henrique e Pinheiro, que apresentaram respectivamente, 25%, 23% e 21% das intenções de voto. Com a persistência da indefinição sobre quais candidatos irão disputar o segundo turno, o público esperava um embate maior entre estes três candidatos ou a apresentação de algum fato que pudesse alterar o cenário. O que se viu, no entanto, foi um debate morno, sem grandes choques de idéias e pequenas trocas de farpas.


 


Os únicos momentos em que ACM Neto, João Henrique e Pinheiro se enfrentaram foi durante a troca de perguntas entre candidatos. Nos dois blocos em que a troca era permitida,  Neto dirigiu todas as suas perguntas a Pinheiro, enquanto João Henrique destinou seus questionamentos a ACM Neto. Pinheiro também não perdeu nenhuma oportunidade de questionar  João Henrique sobre os problemas da cidade. Questionou, por exemplo, a propaganda sobre a construção de casas populares que não existem e o motivo da não aplicação de recursos federais destinados a construção de novas moradias.


Apesar de não permitir a apresentação de documentos, não oferecer tempo hábil para conclusão de idéias e do excessivo cuidado com o respeito do tempo de fala de cada candidato, o debate trouxe uma coisa positiva. Ao permitir perguntas livres entre candidatos, privilegiou a ênfase em temas como o Plano diretor de desenvolvimento urbano ( PDDU), que teve a elaboração e a aprovação duramente criticadas por Pinheiro, para quem a peça é frágil nas questões ambientais e no desenvolvimento econômico e sustentável da cidade. O candidato tem afirmado que vai realizar a Conferência das Cidades para rediscutir o PDDU em janeiro de 2009.


 


De Salvador,


Eliane Costa