CDES sugere baixa nas taxas de juro para enfrentar crise
O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) quer a suspensão do processo de aumento da taxa de juros a partir da próxima reunião do Copom. Essa e outras recomendações para o enfrentamento do governo brasileiro aos efeitos da crise econômica
Publicado 22/10/2008 17:30
A decisão foi tomada após o 2º Encontro sobre as Perspectivas de Crescimento da Economia Brasileira e a Crise Internacional, promovido pelo Conselho na semana passada, quando foi discutida a crise norte-americana e as medidas que devem ser tomadas pelo Brasil.
O Conselho também sugere o restabelecimento do crédito para as atividades produtivas e o comércio. Segundo o documento, “as políticas monetária e fiscal devem ser adaptadas à situação extraordinária decorrente da crise financeira internacional, e a ação do Estado deve ser imediata para não perder efetividade diante das proporções que essa crise pode assumir.”
O CDES recomenda ainda a manutenção da taxa de crescimento dos investimentos públicos, do compromisso com o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), com a política de desenvolvimento produtivo e com os programas sociais.
São ainda enumeradas duas outras ações que devem ser adotadas pelo Banco Central – “intensificar sua ação visando à estabilização do câmbio, variável fundamental para restaurar o comércio internacional e a previsibilidade para os investimentos privados de médio e longo prazo e restabelecer o crédito para as atividades produtivas e o comércio, o que exige uma intervenção mais ativa da autoridade monetária com relação aos bancos públicos e privados.”
Entendimento nacional
O CDES avalia que “o momento é de entendimento nacional entre governos, parlamento, empresários, trabalhadores e organizações sociais para proteger nosso desenvolvimento com eqüidade, geração de emprego e distribuição de renda, baseado nas atividades produtivas, no trabalho e na solidariedade.”
Na análise dos Conselho, “as condições econômicas construídas pelo Brasil nos últimos cinco anos lhe proporcionam singular capacidade de agir e de proteger o desenvolvimento com distribuição de renda”, mas alerta que “a crise não pode ser subestimada, pois a recessão já atinge os EUA e a Europa e a globalização da economia cria vasos comunicantes entre as economias nacionais e a crise pode ter conseqüências profundamente danosas para o Brasil.”
De Brasília
Márcia Xavier