EUA sinalizam apoiar nova regulação mundial na economia
O governo dos Estados Unidos vai apoiar, na cúpula do G20, a criação de um grupo para supervisionar as atividades das maiores instituições financeiras do mundo e para eventualmente rediscutir e ampliar seus níveis de regulamentação.
Publicado 15/11/2008 11:28
Ao lado da promessa conjunta dos países-membros, de reforçar medidas de estímulo fiscal em cada economia individualmente, esse deve ser o principal ponto acordado pelos chefes de Estado na reunião do G20, em Washington.
Os grupos devem discutir assuntos como uma possível nova regulamentação para o mercado financeiro internacional; a coordenação de medidas fiscais conjuntas; mecanismos para garantir linhas de crédito para o comércio exterior dos países em desenvolvimento; e a institucionalização de reuniões periódicas do G20 para monitorar a crise.
Uma das ambições do encontro é também ressuscitar, até o final do ano, a chamada Rodada Doha, de liberalização do comércio mundial. O tema empacou com as resistências de UE e EUA em reduzirem subsídios no setor agrícola e, no caso dos emergentes, em abrir mais seus mercados à importação e à atuação estrangeira nas áreas financeira e de serviços.
Outra das idéias é que os grupos de trabalho já apresentem propostas mais fechadas em cada área logo no início de 2009. É possível que os líderes concordem em realizar um novo encontro para discutir essas recomendações no Reino Unido, que assumirá a presidência rotativa do G20 no ano que vem, no lugar do Brasil.
O ponto mais espinhoso entre as discussões deve ser o da nova regulamentação para o setor financeiro internacional, e qual a posição dos EUA em relação ao assunto.Nesse sentido, a Casa Branca fez questão de antecipar para a imprensa o teor do discurso (semanal) que Bush faria neste sábado pela manhã no rádio.
Embora Bush vá deixar a Casa Branca em 20 de janeiro, os membros do G20 acreditam que seu sucessor, Barack Obama, tenderá a ser até menos avesso que o atual presidente a eventuais medidas que possam minimizar o risco de descontroles no mercado e que possam vir a gestar uma nova crise.
Fonte: Folha de S.Paulo