Centrais fazem atos em 13 cidades por redução dos juros
As centrais sindicais levaram milhares de pessoas às ruas de 13 capitais, na manhã desta quarta-feira (21), para pressionar o Copom (Comitê de Política Monetária) a baixar a taxa básica de juros (Selic). O anúncio da nova taxa deve ocorrer no começo da no
Publicado 21/01/2009 18:17
Em São Paulo, uma manifestação em frente à sede do Banco Central (BC), na Avenida Paulista, mobilizou cerca de 6 mil pessoas (segundo os organizadores). Como em quase todo o país, o ato reuniu as seis centrais — CUT, Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).
“Oito burocratas do BC vão tomar uma decisão muito importante para o Brasil”, alertou o primeiro orador do ato, Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB. O trabalhador, segundo Nivaldo, “não suporta mais esse juro” e exige “uma grande redução da taxa para a economia do Brasil crescer mais''.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que os trabalhadores ocupariam o prédio do BC não Copom não baixasse a taxa Selic. Ele também cobrou mais compromisso tanto do presidente do Banco Central — o ultraconservador Henrique Meirelles — quanto das empresas que recebem incentivos do governo e, mesmo assim, demitem. “Não pode o Meirelles dar alívio fiscal, reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) — e no outro dia as montadoras demitirem trabalhadores.''
Os protestos em Brasília reuniram cerca de cem pessoas e contaram com a participação do presidente da CUT, Artur Henrique, que atacou as “propostas oportunistas” dos empresários em meio à crise. Segundo estimativa da CUT, uma redução de um ponto percentual na taxa de juros já injetaria R$ 15 bilhões recursos na economia.
Em frente ao prédio do BC em Brasília, os manifestantes promoveram o ''Churrasco dos juros baixos'', assando e distribuindo 150 quilos de sardinha. Parte dos manifestantes estendeu o protesto ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Ainda na capital federal, Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, se reuniu com o presidente Luiz Inácio da Silva e propôs a recriação das câmaras setoriais, envolvendo todas as partes do setor automobilístico. Um seminário no ABC Paulista, previsto para o final de fevereiro, com a presença de ministros do governo Lula, deve dar curso à proposta.
Em Curitiba, houve passeata com cerca de 300 pessoas em protesto contra o conservadorismo do Copom. Uma reunião de metalúrgicos na entrada da fábrica da General Motors, no complexo automotivo de Gravataí, marcou os protestos no Rio Grande do Sul. À tarde, as centrais programaram um ato pela baixa dos juros no Rio de Janeiro. Outras oito capitais promoveram atos — Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA) e Vitória (ES).
De São Paulo,
André Cintra
Com agências e portais
Fotos: Láldert Castello Branco