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Clima de tensão cerca anúncio de nova taxa de juros selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerra a primeira reunião do ano sob clima de forte tensão. As centrais sindicais programaram para esta quarta-feira (21), manifestações contra os juros altos nas principais capitais do País, no

Motivados pelo contundente impacto da crise mundial na economia brasileira, que culminou nas mais de 600 mil demissões ocorridas no último mês – e cuja previsão é de que não cessem nesse início de ano – os movimentos sindicais farão muito barulho em torno dos juros altos. Em São Paulo, o ponto final da manifestação dos sindicalistas será a sede do Banco Central, na Avenida Paulista, às 10 horas.



Em Brasília, os manifestantes realizaram o ''Carnaval dos Juros Baixos'', também às 10 horas, em frente à sede do BC. No Rio de Janeiro, a mobilização deve ocorrer, a partir das 16 horas, na Central do Brasil.
 


O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), divulgou nota oficial da entidade, na qual sustenta que uma queda da atual taxa de juros poderia aquecer a economia, dar segurança ao setor produtivo e garantir os empregos num momento de crise global.
 


A pressão sobre o Copom não parte apenas dos movimentos sindicais. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reivindicou redução de um ponto porcentual na taxa Selic. O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, defendeu uma ''queda drástica, de 4 a 5 pontos'' porcentuais na taxa básica de juros. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, declarou ''ter certeza'' de que o Copom reduzirá a taxa.
 


Juros nos bancos públicos



Nesse ambiente de apreensão quanto à nova Selic, o presidente Lula recebe, no Palácio do Planalto, representantes dos bancos públicos federais para conversar sobre as taxas de juros praticadas por essas instituições e os spreads bancários (diferença entre as taxas de captação e as taxas cobradas nos empréstimos). A reclamação dos juros elevados praticados pelas instituições oficiais foi uma das reclamações levadas ao presidente pelos sindicalistas recebidos no Planalto na última segunda-feira (19).
 


Lula consultará os representantes do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) sobre a possibilidade de se reduzir os juros cobrados nos empréstimos. O presidente foi informado de que BB e Caixa estariam praticando taxas semelhantes às dos bancos privados em muitas operações. A conversa pode resultar no anúncio, ao final da reunião, de novas tabelas dos dois bancos, com juros menores. A se confirmar essa informação, essas tabelas devem ser divulgadas após o anúncio da nova Selic, que só ocorre no início da noite.
 


Agência Estado