Garibaldi sai da disputa e diz que Sarney vence Viana
A confirmação da candidatura do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado fez com que o atual presidente, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), retirasse o seu nome da disputa. Na noite desta terça-feira (20), ele anunciou a sua decisão
Publicado 21/01/2009 11:33
“A candidatura dele (de José Sarney) não apresenta o menor risco jurídico, diferente da minha, que tem um certo risco”, admitiu ele, em entrevista, por telefone, à Agência Brasil. Garibaldi disse, ainda, que aposta que Sarney ganha de Tião Viana (PT-AC) na eleição, prevista para o dia 2 de fevereiro.
Garibaldi disse que, na quarta-feira da próxima semana, a bancada do PMDB vai se reunir, ocasião em que será oficializada a candidatura de José Sarney. Em conversa por telefone com Sarney, Garibaldi ouviu dele relato sobre a audiência que teve com o presidente Lula na noite de segunda-feira (19) e que ouviu do Presidente a declaração de que ficará neutro nas eleições do Senado e da Câmara dos Deputados.
Contra Serra
A eventual eleição de Sarney não desagrada o presidente Lula por pelo menos um forte motivo: Sarney tornou-se adversário visceral do governador de São Paulo José Serra, o favorito da oposição na corrida presidencial, o que pode ajudá-lo a construir a candidatura da ministra Dilma Rousseff. O senador culpa Serra pela operação da Polícia Federal que, em 2002, tirou a então governadora do Maranhão, Roseana Sarney, da campanha pela sucessão de FHC.
Na época, a PF invadiu o escritório da empresa Lunus, do marido de Roseana, Jorge Murad, que concentrava os recursos financeiros da campanha, e apreendeu mais de R$1 milhão em dinheiro vivo de. O vazamento da foto da dinheirama tirou Roseana da liderança nas pesquisas e enterrou o sonho de Sarney de fazer de sua filha a primeira mulher a assumir a presidência da República. Serra era o candidato tucano e estava em terceiro nas pesquisas. O episódio garantiu a ele a passagem para o segundo turno contra Lula, que o derrotou. Agora Sarney trabalha pela vitória de Dilma e principalmente pela derrota de Serra.
O provável retorno de Sarney ao comando do Senado representa também o resgate do seu grupo e do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que em 2007 sofreu com o escândalo que o levou à renúncia à presidência da Casa. Renan deverá ser eleito o novo líder do partido e, junto com Sarney, espera reassumir a interlocução do partido com o Palácio do Planalto.
De Brasília
Com agências