Trabalhadores fazem manifestações pela redução dos juros
Sindicalistas exigiram durante manifestações nesta quarta-feira em frente a escritórios do Banco Central a redução dos juros como forma de ativar a economia e preservar empregos em meio a demissões causadas pela crise financeira. O protesto tenta sensi
Publicado 21/01/2009 13:43 | Editado 04/03/2020 17:18
Em São Paulo, as centrais calcularam o público em 6 mil pessoas, enquanto a Polícia Militar contabilizou 2 mil manifestantes. Duas faixas da avenida Paulista, onde se localiza o edifício do BC, foram fechadas pela PM para a realização da passeata, que não chegou a atrapalhar totalmente o trânsito. O policiamento foi realizado por cem homens e parte deles cercou a frente da instituição.
''Eu tô aqui, eu tô lutando, eu quero ver o juro abaixando'', era a palavra de ordem dos manifestantes, que cobram ao menos 2 pontos percentuais de redução da taxa, atualmente em 13,75% ao ano.
''Oito burocratas do BC vão tomar uma decisão muito importante para o Brasil. O trabalhador não suporta mais esse juro. Os trabalhadores exigem uma grande redução da taxa de juros para a economia do Brasil crescer mais'', disse o vice-presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Nivaldo Santana.
O presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, chegou a ameaçar o BC de invasão. ''Eu não agüento mais fazer manifestação contra o (Henrique) Meirelles (presidente do BC). Se o juro não cair, vamos invadir o BC, dormir lá dentro,'' afirmou em cima do caminhão de som.
Os sindicalistas cobram ainda a redução do spread bancário (diferença entre os custos de captação dos bancos e quanto cobram do consumidor) como forma de baratear o crédito. Mesmo com medidas já tomadas pela equipe econômica do governo, a ampliação do crédito ainda é a principal reclamação dos empresários. A redução de impostos, outra medida anunciada, é criticada pelos sindicalistas por não ter exigido contrapartidas das empresas.
''Precisamos que o governo garanta o emprego, não pode cortar imposto sem garantia'', afirmou Paulinho. Para Vagner Freitas, secretário da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Banco Central tem que mudar o foco da análise. ''Hoje a doença não é a inflação, é o desemprego'', afirmou.
No entender da CUT, a crise não atingiu todos os setores, está concentrada em áreas como a indústria automobilística. Na terça-feira, a central realizou em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista que concentra as montadoras, manifestação com milhares de trabalhadores a favor do emprego. Participaram também do protesto em frente ao BC a Central Geral dos Trabalhadores (CGT), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) a Nova Central e a UGT.