Bienal da UNE: conferência central aposta em cultura para transformar a realidade

A trajetória artístico-cultural e política da juventude brasileira foi cantada em versos na poesia de Jorge Mautner, acompanhado pelo violão de Nelson Jacobina, e com a participação de Mestre Duda. “Eu já viajei todo o país, mas não encontrei o que vi aqu

A descontração deu o tom da conferência, que trazia, como tema, o debate central desta 6ª edição da Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes – UNE: “Raízes do Brasil: formação e sentido do povo brasileiro”. Para o secretário de Programas e Projetos do Ministério da Cultura, Celso Turino, a compreensão da realidade brasileira só é possível a partir do resgate das suas raízes culturais e “de como fomos formados e influenciados pela miscigenação de negros, índios e portugueses”, pontuou.


 


E a cultura esteve no cerne das discussões, ora cantada, ora proseada, mas sempre na pauta enquanto símbolo de liberdade e instrumento de transformação social; como quando entoada nas estrofes do Hino da Internacional Comunista, tocado no violino de Mautner e seguido em coro por centenas de jovens. “A nossa arte também tem força. Os estudantes, fazendo cultura, podem, sim, re-discutir o Brasil”, ressaltou a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.


 


E não foi pouca a adesão dos jovens: ao todo, 1.508 trabalhos foram inscritos, dos quais 108 selecionados e apresentados nas diversas mostras estudantis sobre Artes Cênicas, Artes Visuais, Ciências e Tecnologia, Literatura e Música, que ocuparam diversos espaços culturais da capital baiana, dentro da programação do Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE – CUCA. “Queremos a consolidação do CUCA enquanto espaço de elaboração de uma cultura alternativa”, ratificou Lúcia. Seguindo nesta linha, a entidade criou mais 10 unidades do Centro ao longo das caravanas realizadas durante o ano, somando-se aos sete já existentes nas universidades brasileiras.


 


“A partir da cultura e da educação, caminhamos rumo a integração da América Latina e em favor da emancipação conjunta dos povos”, defendeu o presidente da Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes – OCLAE, Roberto Obregón. A 1ª Trienal de Ciência e Arte da OCLAE se juntou à aglutinação estudantil da Bienal da UNE pela primeira vez, trazendo a temática “Vários povos, uma só identidade. Pela integração latino-americana”.


 


De Salvador,


Camila Jasmin