A gestão financeira em Olinda

O secretário da Fazenda de Olinda, Marcelino Granja, foi um dos convidados do Encontro de Prefeitos, Vice-prefeitos, Gestores Públicos e Parlamentares do PCdoB que aconteceu no último final de semana, na Assembléia Legislativa de Pernambuco. Em sua palest

“A questão da Governabilidade é apenas uma das formas de abordagem do PCdoB dentro da esfera institucional, assim como a Cultura ou a Economia, por exemplo. Mas, pela maneira como estamos conduzindo os gastos e os investimentos em Olinda, no últimos oito anos, é que fui convidado para dividir esta experiência com os companheiros”, explicou Marcelino Granja.


 


O secretário disse que toda Gestão Financeira e Fiscal de uma cidade deve refletir o projeto político do partido que a governa. Ou seja, no caso do PCdoB em Olinda, é a transparência nas contas públicas e o alinhamento com os governos Estadual e Federal para a busca de recursos fora do município.


 


“Nos primeiros anos do governo de Luciana Santos, o trato recebido pelo Estado e Governo Federal foi um pouco complicado, pois ainda não tínhamos Lula e Eduardo Campos. Agora, nós temos um trânsito mais fácil para conseguir investimentos”, argumentou.


 


Esse apoio das demais forças políticas que governam o país foi colocado, por Marcelino Granja, como ponto importantíssimo quando o assunto é o desenvolvimento das cidades e fortalecimento do PCdoB. Segundo ele, o êxito do presidente Lula e a eleição de seu sucessor estão no plano de ações do Partido. “Isso significa o crescimento das forças de esquerda em Pernambuco e no Brasil. Além de uma maior circulação de renda e investimentos em cidades como Olinda”, comentou.


 


Explorando a mídia…
De acordo com o secretário da Fazenda de Olinda, é preciso ter recursos para investir em setores de assistência básica como Manutenção Urbana, Cultura e área Social. “Com exceção da cultura, em que somos riquíssimos, mas devemos continuar a valorizá-la, Olinda é extremamente carente nessas outras áreas. Por isso, precisamos continuar trabalhando para ampliar a rede de saneamento básico, a construção de moradias e o atendimento na saúde. É o que chamamos de ‘cuidar da cidade’, é fazer o feijão com arroz”, brincou.


 


Com estes serviços em andamento, Granja ressaltou que é sempre bom explorar a mídia para mostrar a população que o município está sendo bem cuidado. “Você tem de destinar ainda alguns recursos para campanhas publicitárias porque senão a população não sabe quem fez o serviço. É preciso mostrar que a Prefeitura está fazendo o seu trabalho”, declarou.


 


Desafios econômicos…
Apesar do forte potencial turístico e cultural, a Marin dos Caetés ocupa o sexto lugar no rancking das cidades recebedoras do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) em Pernambuco. Em contrapartida, é o município brasileiro que mais recebeu recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


 


“Olhando para essa relação, percebemos que Olinda tem sempre um forte obstáculo que é vencer a questão das contrapartidas. Por exemplo, nós temos um projeto que custa R$ 30 milhões e conseguimos um financiamento, temos de dar uma contrapartida que gira em torno de 20 a 30% desse valor total. Ou seja, uns R$ 8 milhões. Para nós, isso é um valor altíssimo”, esclareceu Marcelino Granja.


 


Segundo Granja, Olinda tem hoje três grandes desafios a vencer: a crise do regime capitalista, o atual sistema tributário e a política de juros do Banco Central. “Temos de lutar para desmascarar os reais culpados por esta crise financeira que abala a todos, brigar pela queda dos juros e, está entre as seis bandeiras do PCdoB, implantar a Reforma Tributária”, concluiu Marcelino.


 


Do Recife,
Daniel Vilarouca